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Colômbia declara emergência e poucas chances de achar sobreviventes

"Devo informar com grande pesar que o número de falecidos continua aumentando", disse o presidente Juan Manuel Santos

Colômbia, Mocoa- A Colômbia declarou emergência econômica nesta segunda-feira (3/4) após um deslizamento de grandes proporções na cidade amazônica de Mocoa, onde subiu para 262 o número de mortos, entre eles 43 crianças. As expectativas de encontrar sobreviventes estão menores com o passar das horas, de acordo com a equipe de resgate. "Devo informar com grande pesar que o número de falecidos continua aumentando", disse o presidente Juan Manuel Santos, antes de voltar pelo terceiro dia seguido à região para liderar os esforços de recuperação.
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Cerca de 45 mil pessoas foram atingidas pelos deslizamentos. Além dos mortos, 200 moradores estão desaparecidos. Quem conseguiu se salvar do turbilhão, se desespera para saber algo dos seus entes queridos. "Falta minha filha Diana Vanesa, que deixou um menininho de 3 anos, Santiago [...] Tinha uma tatuagem no pé esquerdo com o nome do filho. Todos os dias saio em busca dela e nada. Não consegui encontrá-la", conta à AFP Ercy López, de 39 anos, encostada em um colchonete em um abrigo com seus dois filhos e seu genro, todos com arranhões.

"E as esperanças de encontrá-la com vida são muito poucas", acrescenta ao falar da filha de 22 anos, depois de perder a casa e ter que ficar agarrada a uma árvore, assim como o filho de 15 anos, que se segurou em um muro.

Milagre aguardado

Por um momento, alguns moradores de Mocoa acreditaram que poderiam comemorar o milagre de encontrar uma pessoa viva sob a lama: socorristas, jornalistas e curiosos se amontoaram em frente a uma casa em ruínas, onde foram reportados ruídos pelos vizinhos.

"É o primeiro caso nas últimas horas, mas isto está sendo feito por toda a área afetada, dois dias sem parar e o terceiro, hoje. Foram encontrados corpos, mas não descartamos as possibilidades de encontrar alguém com vida", disse à AFP o diretor da Unidade Nacional para a Gestão de Risco de Desastres (UNGRD), Carlos Iván Márquez, que lidera os esforços do governo para normalizar a situação em Mocoa.

Mas as esperanças sumiram e os socorristas foram algumas casas acima para encontrar o cadáver de uma mulher grávida. Márquez explicou também que nesta segunda-feira termina "a primeira fase da busca" e agora entrarão "com maquinário para ir fazendo a remoção dos escombros". Pois, em catástrofes como esta, depois das 72 horas se fecha a janela para encontrar vida fora algum caso muito excepcional.