O projeto foi aprovado por unanimidade com 58 votos no plenário do Senado, com a presença de um grupo de mulheres com filhos doentes, que começaram a chorar.
A iniciativa aprovada pelos deputados em novembro permite importar óleo de cannabis para pacientes com indicação médica, mas não contempla o cultivo pessoal, uma queixa das famílias que já tratam seus filhos com este produto.
"É um sonho realizado, uma alegria imensa, porque isto vai dar alívio (...) aos pacientes, seja qual for a patologia", disse à AFP María Laura Alasi, mãe de Josefina, uma menina de quatro anos que aos sete meses foi diagnosticada com síndrome de West, um tipo raro de epilepsia.
Alasi, cuja filha sofria diariamente com dezenas de convulsões, indicou que "embora seja uma lei que não contempla o cultivo pessoal, e há muitas mães que estão cultivando, tenho fé que os senadores vão encontrar uma solução".
O médico Marcelo Morante disse à imprensa no Congresso que a aprovação da lei "abre caminho para que a substância seja obtida através de uma fonte legal e para que haja um acompanhamento médico do seu uso, ou seja, abre a porta para a medicina ;cannabica;".
O Uruguai se tornou, em 2013, o primeiro país a aprovar uma lei que permite o cultivo de maconha para consumo próprio e a formação de clubes de cultivadores para plantar de forma cooperativa.
Desde então, vários países latino-americanos vêm avançando em legislações similares, enquanto a Colômbia, o Chile e o México aprovaram leis que autorizam o cultivo e uso da maconha com fins medicinais e científicos.