O presidente russo Vladimir Putin recebeu nesta sexta-feira, pela primeira vez no Kremlin, a líder da extrema-direita francesa e candidata presidencial Marine Le Pen.
Putin assegurou, no entanto, que a "Rússia não interferirá na eleição", segundo declarações divulgadas pelas agências russas.
"Não queremos, em caso algum, ter qualquer influência em acontecimentos futuros, mas nos reservamos o direito de nos comunicarmos com todos os representantes de todas as forças do país, como fazem nossos sócios europeus ou os Estados Unidos", declarou o presidente russo.
"É interessante discutir a forma de desenvolver nossas relações bilaterais e a situação na Europa. Sei que a senhora representa um espectro político europeu que evolui muito rápido", acrescentou, dirigindo-se a Le Pen.
É algo excepcional que Putin receba um candidato presidencial em uma data tão próxima da votação. Segundo o costume e protocolo, ele deveria receber apenas chefes de Estado de seu escalão ou, ocasionalmente, chefes de Governo com regime parlamentar.
"Sou partidária de desenvolver relações com a Rússia dentro da longa história que une nossos países", explicou Le Pen no início encontro.
Ela lidera as pequisas de intenção de voto para o primeiro turno nas eleições francesas.
A líder radical francesa faz parte dos políticos europeus que defendem uma aproximação com Putin e que aprovaram a anexação russa da península ucraniana da Crimeia, em 2014.