Washignton, EUA - As comunicações de Donald Trump podem ter sido interceptadas em 2016, durante uma investigação sobre operações de agências estrangeiras, revelou nesta quarta-feira (23/3) o líder da Comissão de Inteligência da Câmara de Representantes dos Estados Unidos, o republicano Devin Nunes.
Segundo Nunes, que integrou a equipe de transição de Trump e agora lidera uma investigação sobre os supostos vínculos entre a campanha eleitoral nos EUA e a Rússia, não existem provas de que o então presidente, Barack Obama, "grampeou" o atual mandatário, mas suas comunicações podem ter sido interceptadas durante uma investigação sobre operações de agências de inteligência estrangeiras.
Nunes destacou que as supostas comunicações envolvendo Trump não estão relacionadas à Rússia, e ao que tudo indica têm "pouco ou nenhum valor".
"O presidente e outros membros da equipe de transição aparecem em relatórios de inteligência", explicou Nunes, acrescentando que a informação obtida - entre novembro e janeiro - foi "amplamente disseminada" nos círculos da Inteligência americana.
A lei determina que a identidade de cidadãos americanos "grampeados" acidentalmente seja apagada dos relatórios.
Em reunião na Casa Branca, Trump afirmou se sentir aliviado com a informação revelada por Nunes: "valorizo muito que tenham encontrado o que encontraram".
O líder democrata da Comissão de Inteligência da Câmara de Representantes, Adam Schiff, manifestou sua irritação com a decisão de Nunes de informar à imprensa antes de consultar o Comitê.
"Compartilhou isto com a Casa Branca antes de falar com o Comitê, outra grande irregularidade".
"Transmiti minha profunda preocupação ao presidente (do Comitê) sobre a impossibilidade de haver uma investigação confiável (sobre os vínculos com a Rússia) desta maneira".