Mais de 180.000 pessoas fugiram de suas casas na zona oeste de Mossul desde o início da operação das tropas iraquianas para retomar esta cidade das mãos do grupo extremista Estado Islâmico (EI), anunciou nesta segunda-feira o governo de Bagdá.
Entre os deslocados, 111.000 encontraram refúgio nos 17 acampamentos e centros de recepção instalados nos arredores de Mossul (norte do Iraque), informou o ministério de Migração e Deslocados em um comunicado.
Os demais civis conseguiram abrigo, de modo geral, nas casas de parentes.
As forças iraquianas, apoiadas pela coalizão internacional antijihadista liderada por Washington, iniciaram uma ampla ofensiva em 17 de outubro para reconquistar a segunda maior cidade do país.
Depois de expulsar os extremistas dos bairros da zona leste no fim de janeiro, a ofensiva para retomar a zona oeste da cidade teve início em 19 de fevereiro.
De acordo com a ONU, o número de deslocados pode voltar a aumentar com o avanço das tropas iraquianas por esta área de Mossul, onde já retomaram vários bairros e tentam romper as linhas de defesa dos jihadistas na parte antiga da cidade, um objetivo estratégico da batalha.
"As agências humanitárias se preparam para a possibilidade de que entre 300.000 e 320.000 civis a mais tentem fugir nas próximas semanas", afirma um comunicado do Escritório de Coordenação de Assuntos Humanitários (OCAH) da ONU, enquanto o governo iraquiano afirma que pode receber outras 100.000 pessoas.
"A operação humanitária no oeste de Mossul é muito mais importante e complexa que no leste", explica Lise Grande, coordenadora humanitária da ONU para o Iraque.
"A principal diferença é que milhares de famílias permaneceram em suas casas no leste, enquanto no oeste dezenas de milhares tentam fugir", completa.
"Preparamos a operação de Mossul durante meses. Mas a verdade é que a crise está nos levando ao limite", alerta.
Antes do EI conquistar Mossul em junho de 2014, a população da cidade era de dois milhões de habitantes.