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Homem é morto após tentar pegar arma de militar em aeroporto de Paris

O homem é "conhecido pelos serviços da polícia e de inteligência", segundo o governo francês, que anunciou a abertura de uma investigação antiterrorista

As forças de segurança mataram na manhã deste sábado (18/3) um homem que tentou pegar a arma de um militar de patrulha no aeroporto de Orly, ao sul de Paris, onde o tráfego aéreo foi suspenso.


Por volta das 07h30, (04h30 de Brasília), um homem tentou se apoderar da arma de "um militar e se refugiou em uma loja do aeroporto, antes de ser abatido pelas forças de segurança", declarou à AFP um porta-voz do ministério do Interior.

O homem é "conhecido pelos serviços da polícia e de inteligência", segundo o governo francês, que anunciou a abertura de uma investigação antiterrorista.

O "tráfego aéreo foi completamente interrompido" neste aeroporto internacional, anunciou à AFP um porta-voz da direção Geral da Aviação Civil (DGAC). Quase 3.000 pessoas foram evacuadas do terminal Sul e os passageiros que se encontram na zona Oeste estão confinados, disse o porta-voz do ministério do Interior, Pierre-Henry Brandet. Não há feridos, acrescentou.

"Fazíamos fila para o check-in para o voo com destino a Tel Aviv quando ouvimos três ou quatro disparos próximos", declarou à AFP Franck Lecam, de 54 anos. "Estamos todos diante do aeroporto, a 200 metros da entrada. Há policiais, socorristas, militares em toda parte que correm em todas as direções", acrescentou Lecam.

Uma operação de desminagem comprovou a ausência de explosivos, anunciou o ministério do Interior. O ataque ocorreu no primeiro andar do terminal Sul, diante dos controles. Os passageiros se afastavam com suas malas, em calma, constatou a AFP, enquanto os agentes da força antiterrorista, da polícia e socorristas estavam mobilizados na região.

Estado de emergência

A polícia estabeleceu um perímetro de segurança neste aeroporto, o segundo da França em tráfego de passageiros, depois do Charles de Gaulle. Também na manhã deste sábado, um homem feriu um policial em Stains, nos arredores de Paris, com uma arma de ar comprimido durante um controle rodoviário e depois fugiu, informou à AFP uma fonte próxima ao caso.

Este disparo tem "um vínculo" com o ataque de Orly, afirmam as forças de segurança, sem dar mais detalhes. Os três militares da patrulha de Orly se encontram "sob forte comoção" e estão sendo atendidos pelos socorristas, segundo fontes policiais.

A Operação Sentinela, da qual formam parte, foi colocada em andamento em 2015, quando foi registrada uma série de atentados que desde então deixaram 238 mortos na França, país sob estado de emergência.

Em janeiro daquele ano, extremistas atacaram o semanário satírico Charlie Hebdo e um supermercado kosher. Meses depois, na noite de 13 de novembro, a onda de terror começou nas imediações do Stade de France, ao norte da capital, e continuou no Bataclan e em bares e restaurantes da capital.

Em 2016, os ataques prosseguiram. Um extremista matou um policial e sua companheira, um motorista lançou um caminhão contra dezenas de pessoas em Nice e um padre morreu degolado em plena missa.

O ataque deste sábado ocorreu um mês e meio após vários militares serem atacados no museu do Louvre. Um egípcio armado com um machado atacou a patrulha a gritos de "Allahu Akbar" (Deus é Grande).

Também foi registrado a poucos dias do primeiro aniversário dos atentados contra o metrô e o aeroporto de Bruxelas.