A polêmica acusação do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, contra seu antecessor, Barack Obama, de ter grampeado aparelhos telefônicos da Trump Tower enfraqueceu ainda mais nesta quinta-feira (16/3), após dois senadores dizerem que não existe evidência alguma que respalde estas afirmações.
O republicano Richard Burr, presidente do Comitê de Inteligência do Senado, e o democrata Mark Warner, vice-presidente do mesmo organismo, afirmaram em comunicado que não dispunham de dados verossímeis para apoiar o que foi dito por Trump em tuíte postado em 4 de março.
"Não há base nas informações que temos, nem nenhum indício de que a Trump Tower tenha sido objeto de vigilância por elementos do governo dos Estados Unidos antes ou depois do dia das eleições de 2016", assinalaram.
Em 4 de março, Trump acusou pelo Twitter o ex-presidente Barack Obama de ordenar que grampeassem os telefones do arranha-céu nova-iorquino onde mora sua família e de onde realizou sua campanha eleitoral.
Obama rapidamente negou essas afirmações.
A acusação do presidente gerou uma polêmica porque ter sido lançada após meios de comunicação conservadores publicarem alegações similares, que poderia ser visto como inspiração para Trump, algo que a Casa Branca jamais desmentiu.
Entretanto, as afirmações parecem ser cada vez mais infundadas. Na quarta-feira, os dois líderes do Comitê de Inteligência da Câmara de Representantes, o republicano Devin Nunes e o democrata Adam Schiff, também disseram que não tinham provas que apoiassem as acusações de Trump.
No início da semana, a assessora da presidência Kellyanne Conway também admitiu não ter "nenhuma prova" a respeito.
Em entrevista à Fox News na noite de quarta-feira, Trump foi questionado sobre como ficou sabendo das supostas escutas.
"Estive lendo coisas" sobre isto, disse antes de fazer referência a um artigo de 20 de janeiro do The New York Times e a "outros" que leu sobre as gravações.