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Holandeses comparecem às urnas em eleição crucial para a Europa

Depois do Brexit no Reino Unido e da eleição de Donald Trump nos Estados Unidos, as eleições holandesas são consideradas um indício do que pode acontecer nas presidenciais da França

Agência France-Presse
postado em 15/03/2017 08:12
Muitos dos 12,9 milhões de eleitores permaneciam indecisos na véspera da eleição, dominada pelo confronto entre Mark Rutte e Geert Wilders
Os holandeses comparecem às urnas nesta quarta-feira para a definição de um novo Parlamento, em eleições que devem medir o auge do populismo na Europa após um fim de campanha agitado pela crise diplomática com a Turquia.

Os locais de votação abriram às 6H30 GMT (3H30 de Brasília) e devem fechar às 20H00 GMT (17H00 de Brasília), quando serão divulgadas as pesquisas de boca de urna.
De acordo com as últimas pesquisas, o Partido Popular pela Liberdade e a Democracia (VVD) do primeiro-ministro Mark Rutte obteria entre 24 e 28 cadeiras no Parlamento, enquanto o Partido pela Liberdade (PVV) do extremista de direita Geert Wilders deve garantir entre 19 e 22 deputados.

Depois do Brexit no Reino Unido e da eleição de Donald Trump nos Estados Unidos, as eleições holandesas são consideradas um indício do que pode acontecer nas presidenciais da França, em abril e maio, e nas legislativas da Alemanha, no fim do ano.

Muitos dos 12,9 milhões de eleitores permaneciam indecisos na véspera da eleição, dominada pelo confronto entre Mark Rutte e Geert Wilders.

"Quando as pessoas procuram liderança, elas me procuram", disse Rutte na terça-feira, durante o último debate na TV com Wilders.

Rutte aspira um terceiro mandato como primeiro-ministro da Holanda, uma das maiores economias da Eurozona e membro fundador da União Europeia, onde vivem 17 milhões de pessoas.

Wilders cai nas pesquisas

As últimas pesquisas mostraram um avanço dos partidos Chamada Democrata Cristã (CDA) e Democratas 66 (D66).

Durante a campanha, Wilders prometeu fechar as fronteiras aos imigrantes muçulmanos, proibir a venta do Corão e acabar com as mesquitas.

Rutte se concentrou em destacar as conquistas econômicas e a estabilidade do país em seus seis anos como primeiro-ministro. Sua posição durante a crise diplomática com a Turquia parece ter fortalecido sua imagem.

Rutte permaneceu firme diante das ameaças do presidente turco Recep Tayyip Erdogan, depois que o governo proibiu que dois ministros da Turquia fizessem campanha em Roterdã entre a comunidade turca a favor do referendo de abril que reforça os poderes presidenciais.

Mesmo no caso do PVV ser o partido mais votado, Wilders teria poucas possibilidades de entrar no governo porque a maioria dos partidos descartou uma negociação com ele.

Apesar da postura radical de Wilders ter recebido apoio após a crise dos refugiados, para muitos holandeses suas ideias contrárias à imigração continuam sendo difíceis de aceitar.

Se Wilders conseguir incluir seu partido como um dos principais no cenário político, no entanto, será difícil de ignorá-lo.

Fragmentação

Os holandeses têm orgulho do consenso político e em geral os partidos levam três meses para estabelecer a coalizão de governo, em um cenário político fragmentado.

Desta vez, analistas acreditam que serão necessários quatro ou até cinco partidos para alcançar a maioria de 75 cadeiras no Parlamento.

Lodewijk Asscher, líder do Partido Trabalhista, que integra a coalizão de governo, criticou duramente Wilders no último debate ao afirmar que ele "apresenta zero solução".

O partido de esquerda e ecologista GroenLink deve obter entre 16 e 18 cadeiras, o que o deixaria como peça importante do futuro governo.

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