Buenos Aires, Argentina - Dois homens morreram e três pessoas estão em estado grave, vítimas de uma confusão na madrugada de domingo depois de um show ao ar livre do ídolo do rock argentino Indio Solari, na cidade de Olavarria. Os dois mortos, com cerca de 40 anos, chegaram ao hospital já sem vida, segundo informou o secretário da Saúde de Olavarria (350 km ao sudoeste), Germán Maroni.
No início da tarde, uma lista publicada pelo hospital local Héctor Cura informava quinze feridos internados, incluindo três em cuidados intensivos. A promotora Susana Alonso, encarregada do caso na cidade de Olavarria, confirmou as duas mortes. Uma das vítimas ainda não foi identificada. O outro, Javier León, de 42 anos, foi ao show acompanhado por sua esposa e filho de 16 anos, que passam bem. "Há relatos de mais mortos, mas só posso confirmar com certeza dois mortos", declarou a promotora em uma coletiva de imprensa.
Não está claro se as mortes aconteceram durante a caótica dispersão do show, segundo relataram testemunhas, ou ainda durante a apresentação. O show aconteceu em uma área ao ar livre e contou com 250 mil expectadores. Durante a apresentação, Solari interrompeu várias vezes para pedir calma e atenção a algumas pessoas que estavam passando mal, sendo esmagadas contra o palco.
O cantor conseguiu terminar o show, e, de acordo com depoimentos, a confusão ocorreu durante a evacuação do público, com saídas estreitas e onde espécies de funis se formaram. Durante a madrugada, as redes sociais se transformaram em uma ferramenta essencial para encontrar pessoas desaparecidas ou tranquilizar familiares e amigos.
Solari, ex-líder da banda argentina Patricio Rey y sus Redonditos de Ricota, dissolvida em 2001, realiza apenas um show anual com seu grupo Los Fundamentalistas del Aire Acondicionado. Os shows do músico, que relevou no ano passado sofrer do Mal de Parkinson, atraem multidões de todas as gerações e procedentes de todo o país.
O incidente desta madrugada recordou a "tragédia de Cromañón", quando 194 pessoas, em sua maioria jovens, morreram queimados ou asfixiados por inalação de gases tóxicos no incêndio na boate República Cromñón durante um show da banda Callejeros, em 30 de dezembro de 2004.