Julian Assange atribuiu à "incompetência devastadora" da CIA a publicação por sua plataforma WikiLeaks de milhares de documentos secretos da Agência de Inteligência americana.
A Agência de Inteligência afirmou nesta quinta-feira que Julian Assange não era "um exemplo de verdade e integridade", reiterando que "continuaria obtendo ativamente informações no exterior para proteger os Estados Unidos dos terroristas, dos países hostis e de outros adversários".
[SAIBAMAIS]"É um fato histórico de incompetência devastadora ter criado tal arsenal (de material secreto) e tê-lo armazenado todo em um único lugar", disse Assange em uma coletiva de imprensa em seu abrigo na embaixada equatoriana em Londres, criticando a forma como a CIA protegeu seus dados.
O WikiLeaks publicou na quarta-feira 9.000 documentos da CIA que revelavam sua capacidade de se apoderar do controle de smart tvs Samsung e celulares iPhone, entre outros dispositivos, para espionar seus usuários.
Assange disse que o WikiLeaks trabalhará com os fabricantes de dispositivos eletrônicos para melhorar sua segurança.
"Decidimos trabalhar com eles para dar a eles acesso exclusivos a detalhes técnicos suplementares que possuímos para que possam fazer as correções", declarou Assange.
Conscientes do risco acarretado em termos de imagem, grandes grupos da tecnologia reagiram desde a publicação das informações.
A Apple assegurou na quarta-feira que as "inúmeras" falhas de seus dispositivos já haviam sido consertadas na última versão de seu sistema operacional iOS.
"A CIA foi muito imprudente criando estes programas. Por acaso os cibercriminosos já conseguiram acessá-lo? Por acaso as agências de inteligência estrangeiras os possuem? É perfeitamente possível que muita gente já os tenha", declarou Assange.
"É impossível manter o controle das armas de ciberespionagem", declarou. "Se vocês as constroem, acabam as perdendo", acrescentou, afirmando que o WikiLeaks ainda tinha "muita informação" sobre os métodos da CIA.
A CIA respondeu acusando o WikiLeaks de ajudar os inimigos dos Estados Unidos e, segundo o Washington Post, lançando uma grande operação para identificar quem vazou os documentos.
Enquanto isso, o presidente americano, Donald Trump, considerou que os sistemas da CIA são "obsoletos" e devem ser modernizados, segundo afirmou nesta quinta-feira o seu porta-voz.
"O presidente está muito preocupado com a publicação de informações confidenciais que debilitam nossa segurança nacional", declarou Sean Spicer. "Ele acredita que os sistemas da CIA são obsoletos e devem ser modernizados", acrescentou.