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Havaí é primeiro estado a desafiar novo decreto migratório de Trump

O ministro da Justiça deste estado, Bob Ferguson, reconheceu na segunda-feira várias grandes "capitulações" no novo texto, que pretende analisar nos próximos dias

O Havaí se tornou o primeiro estado americano a apresentar um recurso contra a nova versão do decreto migratório do presidente Donald Trump que proíbe a entrada de pessoas de seis países majoritariamente muçulmanos e suspende a acolhida de refugiados.

"O procurador-geral do Havaí, Doug Chin, anunciou hoje (quarta-feira) que o estado do Havaí apresentou uma demanda de suspensão provisória no âmbito de sua ação federal contra o presidente Donald Trump, após seu novo decreto que proíbe as entradas provenientes de seis países de maioria muçulmana publicado no início desta semana", segundo um comunicado do gabinete de Chin.
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Chin argumentou na noite de quarta-feira que, embora o novo decreto tenha sido modificado para enfrentar as demandas apresentadas por vários tribunais que bloquearam o primeiro decreto, o novo é muito parecido com o primeiro.

O procurador-geral do estado havia anunciado mais cedo sua intenção de pedir à justiça que examinasse em um procedimento de urgência uma ordem de suspensão temporária do decreto para "permitir que o tribunal ouça os argumentos do estado antes que o decreto entre em vigor, em 16 de março".

"Nada mudou no fundo: a proibição generalizada de ingressar (nos Estados Unidos) a partir de países de maioria muçulmana (menos um) persiste", declarou Chin. "Os tribunais não toleraram a tentativa anterior do governo de enganar a justiça, e não deveriam tolerar" esta nova tentativa, acrescentou.

James Robart, um juiz federal de Seattle (estado de Washington), bloqueou temporariamente no dia 3 de fevereiro a aplicação da primeira versão do decreto em todo o território americano alegando que provocaria "um prejuízo irreparável".

O ministro da Justiça deste estado, Bob Ferguson, reconheceu na segunda-feira várias grandes "capitulações" no novo texto, que pretende analisar nos próximos dias.

O novo decreto suspende a admissão de refugiados por 120 dias e a entrega de vistos para os viajantes de Síria, Irã, Líbia, Somália, Iêmen e Sudão. Excetua explicitamente os iraquianos, que estavam incluídos no primeiro decreto, os residentes legais permanentes e as pessoas com visto.

Durante o breve período em que o primeiro decreto esteve em vigor houve caos e manifestações de protesto nos grandes aeroportos dos Estados Unidos, enquanto vários tribunais e legisladores expressaram sua oposição ao decreto.

As pesquisas indicam que os americanos estão profundamente divididos sobre o tema. Uma maioria estreita se opõe à política migratória de Trump, enquanto sua base o apoia vigorosamente neste tema.