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A Coca ganhou dos EUA, diz Morales ao aprovar lei de cultivo na Bolívia

Evo recordou ainda sua luta de uma década em defesa da coca contra a política norte-americana que queria erradicá-la

O presidente da Bolívia, Evo Morales, elogiou nesta quarta-feira (8/3) a promulgação da polêmica lei de defesa da planta da coca, afirmando que esta é uma "vitória contra os Estados Unidos".

"A coca se impôs ao império norte-americano", afirmou Morales, que reapareceu no país pela primeira vez após passar seis dias em Cuba, se tratando de um tumor benigno na garganta. "Os EUA decidiram que a Bolívia e a Venezuela fracassaram de forma comprovada na luta contra as drogas. A única coisa comprovada é que não podemos nos submetermos", defendeu.

Evo recordou sua luta de uma década em defesa da coca contra a política norte-americana que queria erradicá-la, e sublinhou que esse cultivo "foi fundamental" para sustentar seus onze anos de governo e que a lei anterior, que limitava o cultivo a 12 mil hectares, foi "imposta pelos EUA".

A medida eleva a área disponível para o plantio no país para 22 mil hectares, o que gerou críticas por parte de alguns líderes cocaleiros, para quem o incremento pode servir à produção da droga.

Morales chamou de "traidores" os críticos da medida e acrescentou que o governo irá trabalhar para exportar o produto e seus derivados lícitos para a Venezuela, Paraguai e Equador.

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A nova lei foi prometida desde 2006 por Morales. O sindicato dos cocaleiros em La Paz rechaçava o incremento da superfície, que deve ocorrer na província de Chaparre, no centro do país, alegando que o produto do cultivo naquela região não é apto para mascar ou para infusões.

O novo limite também supera os 14,7 mil hectares previstos em um estudo tradicional da coca feito pelo próprio governo.