Um juiz do Equador bloqueou 40 milhões de dólares devidos à Odebrecht, como parte de uma investigação sobre o pagamento de propinas da empresa brasileira a políticos equatorianos, informou a Procuradoria nesta quinta-feira.
"O objetivo de bloquear os pagamentos é garantir uma eventual indenização ao Equador pela construtora brasileira, que teria pago propinas no país num valor de 33,5 milhões de dólares", indica em um comunicado.
Uma empresa estatal encarregada da administração de uma refinaria e outra de água potável que deviam cerca de US$ 40 milhões receberam a "ordem" de um juiz de Quito de não pagar o montante à Odebrecht "enquanto durarem as investigações sobre o pagamento de propinas", acrescentou.
Em dezembro passado, a Procuradoria ordenou operações de busca e apreensão nos escritórios da Odebrecht no país, enquanto a justiça proibiu temporariamente o Estado de firmar contratos com a empresa brasileira.
De acordo com o Departamento de Justiça dos Estados Unidos, a Odebrecht pagou entre 2007 e 2016 cerca de 33,5 milhões de dólares a funcionários do Equador, e encontrou problemas com a aprovação de projetos em 2007 e 2008.
O presidente Rafael Correa expulsou a gigante brasileira em 2008 por irregularidades na construção de uma usina hidrelétrica. Após um acordo, a Odebrecht retornou em 2010 para o Equador.
Odebrecht e sua filial Braskem concordaram em pagar multas de 3,5 bilhões de dólares para os Estados Unidos, Suíça e Brasil por seu sistema de propinas.