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Presidencial francês anuncia que será indiciado por empregos fictícios

O candidato da direita, que há dois meses tem sua candidatura prejudicada pela revelação do emprego fictício de sua esposa, assegurou que comparecerá ante a justiça

O candidato conservador às eleições presidenciais francesas François Fillon anunciou nesta quarta-feira que será indiciado em breve pelo caso de empregos fantasmas, mas que se manterá até o final na corrida pela presidência.

"Meu advogado informou que serei intimado no dia 15 de março pelos juízes de instrução para ser indiciado", afirmou Fillon em uma declaração à imprensa.
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O candidato da direita, que há dois meses tem sua candidatura prejudicada pela revelação do emprego fictício de sua esposa, assegurou que comparecerá ante a justiça.

François Fillon denunciou um "assassinato político" e afirmou que se submeterá à "vontade do povo francês".

"Só o sufrágio universal e não um procedimento acusatório pode decidir quem será o próximo presidente da República", afirmou Fillon.

"Não cederei, não me renderei, não me retirará, irei até o final", enfatizou o candidato da centro-direta.

Fillon insistiu que acatará a ordem da justiça, mas denunciou a data da intimação.

"Não assassinam apenas a mim, como também às eleições presidenciais", afirmou.

O primeiro turno das eleições acontece em 23 de abril.

Após as primeiras revelações feitas pelo jornal Le Canard Encha;né sobre suspeitas de emprego fictício de Penelope Fillon, esposa do candidato, a procuradoria lançou em 25 de janeiro uma investigação preliminar.

As investigações se concentram nos cargos supostamente ocupados por Penelope Fillon como assistente parlamentar do marido e de seu suplente, trabalho pelo qual recebeu 680.380 euros, e como funcionária da revista Deux Mondes, cujo proprietário é um amigo do ex-primeiro-ministro.

Também são investigados dois filhos do casal, que também receberam salários por supostamente ocuparem cargos de assistentes.

Fillon, até então favorito nas eleições depois de sua vitória nas primárias da centro-direita realizadas em outubro de 2015, caiu vertiginosamente nas pesquisas depois das revelações do semanário satírico.

Mesmo depois das revelações, Fillon gantiu que continuaria em campanha, mesmo se fosse indiciado.

Segundo declarou ao jornal Le Figaro, "quanto mais nos aproximamos da data das eleições presidenciais, mais escandaloso seria privar a direita e o centro de um candidato. Minha decisão é clara: sou candidato e continuarei até a vitória", acrescentou.

O ex-primeiro-ministro havia prometido em um primeiro momento se retirar da corrida presidencial se fosse indiciado no âmbito da investigação.

Desde então, seus advogados contra-atacaram, tentando desacreditar a Procuradoria Nacional Financeira (PNF), que lançou a investigação, classificando de "ilegal" o processo.

As condições de sua campanha são difíceis, chegou a reconhecer o candidato, que em sua campanha percorre a França suportando frequentemente os insultos de manifestantes. Fillon reiterou que estas acusações respondem a uma "operação de desestabilização lançada contra" ele.

Embora afirme não saber quem lançou esta operação contra ele, Fillon diz que beneficia "uma esquerda que está em uma situação sem saída, com um presidente (o socialista François Hollande) desacreditado, uma maioria (parlamentar) dividida, um candidato ilusionista... O único obstáculo para seu êxito sou eu".

Apesar de suas manifestações de inocência, o caso provocou a queda de Fillon, antigo favorito, nas pesquisas.

Segundo as últimas pesquisas, Marine Le Pen, candidata da extrema-direita, e Emmanuel Macron, ex-ministro da Economia do presidente François Hollande, disputarão o segundo turno previsto para 7 de maio.

Desde o início do ano, os atos públicos de Fillon são perturbados por panelaços de manifestantes geralmente de esquerda.