O governo da Polônia vai se opor a um segundo mandato do polonês Donald Tusk como chefe do Conselho Europeu, afirmou nesta terça-feira o líder do Partido Conservador no país.
A declaração do político mais poderoso da Polônia, Jaroslaw Kaczynski, tem o objetivo de prejudicar as perspectivas de seu rival político de longo prazo, dias antes de uma decisão da União Europeia sobre o futuro de Tusk. Os críticos de Kaczynski na Polônia dizem que ele está colocando a política doméstica acima de uma posição internacional da Polônia e dos melhores interesses.
O prazo de 2 anos de Tusk termina em maio. Ele é o único candidato para o cargo e tem apoio geral. Tusk foi primeiro-ministro da Polônia de 2007 a 2014 e tem origem em um partido centrista, favorável à UE e que faz oposição ao governo de Kaczynski. Kaczynski alegou que, agora, contra "regras elementares da UE", Tusk interferiu nos assuntos internos da Polônia e apoiando a oposição. "Tusk não pode contar de forma alguma com nosso apoio", afirmou.
A objeção da Polônia não conseguirá, por si só, impedir Tusk de obter um segundo mandato, cuja confirmação está prevista para ocorrer nos dias 9 e 10 de março. A derrota de Tusk é improvável mesmo se a Polônia contar com o apoio da Hungria, sua aliada tradicional. Um consenso geral é sempre preferível na nomeação.
Durante seu primeiro mandato, Tusk ajudou a guiar o bloco de 28 membros nas negociações de resgate da Grécia enquanto a nação enfrentava o risco de deixar a zona do euro. Ele também manteve uma UE estável em meio à surpreendente decisão do Reino Unido de deixar o bloco.
Nos olhos de muitos em Bruxelas, as declarações francas de Tusk sobre questões políticas relevantes trouxeram novas energias para a UE. Além disso, ele é visto como um toque humano para uma instituição muitas vezes tida como burocrática demais