O governo panamenho apresentou nesta segunda-feira (20/2) uma ação criminal contra a empreiteira Odebrecht, visando recuperar os milhões de dólares pagos em subornos por essa empresa relacionados ao seu território.
O ministro de Segurança, Alexis Bethancourt, apresentou o pedido perante a Procuradoria Especial de Anticorrupção, após o governo do Panamá decidir apresentar-se como demandante no processo dirigido à construtora.
Segundo o ministro, o objetivo é que o Estado do Panamá faça parte do processo recebido pela Procuradoria, para conhecer e colaborar nas investigações.
Além disso, permite ao Estado recuperar o dinheiro no caso da Procuradoria encontrar os responsáveis por conceder e receber subornos nesse caso.
"Tornar-se declarante é algo muito importante para poder recuperar o dinheiro", ressaltou Bethancourt, uma vez que, "essa é uma denúncia que fazemos contra as pessoais físicas e jurídicas que tenham cometido uma dano ao Estado".
O Departamento de Justiça dos Estados Unidos revelou que a Odebrecht pagou no Panamá, entre 2010 e 2014, mais de 59 milhões de dólares em subornos.
Há ao menos 17 pessoas investigadas por esse caso no Panamá, entre ex-altos funcionários e empresários.
Entre os acusados estão os filhos do ex-presidente Ricardo Martinelli (2009-2014), Ricardo e Luis Enrique Martinelli, com ordem de detenção da Interpol sob acusações de ter recebido mais de 20 milhões de euros em subornos da Odebrecht.
O irmão do ex-mandatário, Mario Martinelli, e vários outros ex-funcionários, também tiveram que prestar declarações à respeito do caso.
Organizações e sindicatos consideram que várias administrações panamenhas, incluindo a atual, estariam envolvidas no pagamento e nas comissões da empresa brasileira.