A embaixadora americana na ONU, Nikki Haley, declarou nesta quinta-feira que os Estados Unidos apoiam "totalmente" a solução de dois Estados para resolver o conflito entre israelenses e palestinos, sem descartar "alternativas".
Segundo declarações da embaixadora à imprensa, seria um erro afirmar que os Estados Unidos estão abandonando sua política de décadas de dois Estados em apoio à criação do Estado palestino.
"Nós apoiamos totalmente uma solução de dois Estados, mas também estamos pensando em alternativas", afirmou Haley a repórteres logo após uma reunião do Conselho de Segurança sobre o Oriente Médio.
Ela repetiu sua declaração de apoio à solução de dois Estados três vezes, em resposta a perguntas de jornalistas fora da sala do Conselho.
Os Estados Unidos querem ajudar a levar os israelenses e os palestinos "à mesa [de negociações] para que conversem sobre isto de uma forma nova, para dizer, ;OK, de volta ao projetos: no que podemos estar de acordo?;", afirmou.
A embaixadora na ONU descreveu a primeira reunião no Conselho sobre o conflito israelense-palestino como "um pouco estranha" e disse que não se fez menção aos ataques lançados pelos militantes do Hezbollah ou a ameaça do Irã, mas que as discussões se concentraram em "criticar Israel, a única democracia real do Oriente Médio".
Mais cedo, o Conselho ouviu o enviado da ONU para o processo de paz no Oriente Médio, Nickolay Mladenov, insistir em que a solução de dois Estados era "a única saída" para atender às aspirações de palestinos e israelenses.
Na véspera, após um encontro com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, o presidente americano, Donald Trump, afirmou que seu país não iria se ater a esta solução de dois Estados.
O candidato de Trump para ser embaixador de Israel transmitiu nesta quinta-feira ao Senado americano seu ceticismo sobre a solução de dois Estados.
"Expressei meu ceticismo sobre a resolução de dois Estados simplesmente com base no fato de que senti uma profunda rejeição (de parte dos palestinos) de renunciar ao terror e aceitar Israel como estado judeu", declarou David Friedman à comissão de Relações Exteriores do Senado, que ainda deve confirmá-lo no cargo.
"Se israelenses e palestinos fossem capazes, através de negociações diretas, chegar a uma solução de dois Estados (...) ficaria feliz", acrescentou este advogado judeu americano, muito polêmico por suas declarações a favor da colonização israelense e claramente antipalestinas.