Kellyanne Conway, uma das assessoras mais próximas do presidente americano, Donald Trump, esteve nesta quinta-feira (9) no centro de uma polêmica após promover, na televisão, a linha de produtos de Ivanka Trump, filha do presidente, em aparente violação das normas éticas.
O congressista do Partido Democrata Elijah Cummings liderou as críticas a Kellyane Conway, depois que ela convidou os telespectadores a irem "comprar os produtos de Ivanka".
"Surge como uma violação elementar das leis de ética governamental e das regulações promulgadas para prevenir o abuso da posição de um funcionário do governo", denunciou o legislador em carta enviada a um painel sobre ética do Congresso dos Estados Unidos.
Conway pode ser investigada pelo Gabinete do Inspetor-Geral e pelo Gabinete de Ética Governamental.
O porta-voz da Casa Branca, Sean Spicer, que na quarta-feira (8) defendeu o direito do presidente de "defender sua família", distanciou-se das declarações de Conway.
"Kellyanne tem sido assessorada sobre este assunto. Ponto final", desconversou Spicer, no encontro diário com a imprensa.
Mais cedo, Conway havia elogiado a linha de produtos de Ivanka Trump durante uma entrevista à emissora FoxNews.
"É realmente uma linha linda. Eu mesma tenho várias peças. Vou fazer propaganda gratuita: vão hoje mesmo e comprem seus produtos. Podem encontrá-los on-line", afirmou.
A assessora - e ex-chefe da campanha eleitoral de Trump - acrescentou que sair para fazer compras é algo que ela "detesta", mas disse que sairia "para comprar algumas peças" da linha de produtos de Ivanka.
Para os especialistas em Ética, a atuação da funcionária se mostra como um abuso do prestígio presidencial.
"A lei é clara", disse Noah Bookbinder, diretor-executivo da Citizens for Reponsability and Ethics em Washington, um grupo de monitoramento que apresentou uma queixa separada.
"Este é outro exemplo de quem se mostra como um patrão problemático deste governo que atua para beneficiar os negócios da família e aliados do presidente", insistiu.
As leis federais proíbem qualquer funcionário público de usar suas funções "para seu benefício próprio", ou "para a promoção de qualquer produto, serviço, ou empresa".
No Twitter, o Gabinete de Ética Governamental disse estar cheio de "um extraordinário volume de contatos de cidadãos" sobre os recentes eventos.
Ainda que não tenha mencionado o nome de Conway, o gabinete assinalou que está contactando as agências governamentais pertinentes para analisar o assunto, como manda o protocolo.