Agência France-Presse
postado em 09/02/2017 20:04
Nesta quinta-feira (9/2) uma tribo ameríndia apresentou ao Tribunal Federal dos Estados Unidos um pedido para interromper a construção de um controverso oleoduto em Dakota do Norte, EUA, alegando que a manutenção da obra viola os seus direitos constitucionais.
"O oleoduto dessacralizaria as águas utilizadas pelos membros da tribo Cheyenne River para as suas principais práticas religiosas", consta no documento.
"Levando em consideração a ameaça relacionada à tribo e aos direitos constitucionais de seus membros, esse tribunal não pode permitir que o petróleo circule abaixo das águas sagradas da tribo", ressaltaram as autoridades jurídicas.
As obras de construção da última parte desse oleoduto começaram no rio Missouri e no lago Oahe, no estado ao norte dos Estados Unidos. Esse trecho da obra foi bloqueado durante meses devido às manifestações convocadas pelas tribos locais e apoiadores em todo o país.
O objetivo do projeto do oleoduto ;Dakota Access; é passar por quatro estados americanos ao longo de 1.900 km, e custará 3.800 milhões de dólares.
O oleoduto transportará o petróleo a partir de Dakota do Norte, área centro-oeste do país e uma das principais produtoras desse hidrocarboneto e do gás de xisto, até um centro de distribuição em Illinois, ao sudeste de Dakota.
Esse projeto provocou um movimento maciço de protestos promovidos pela tribo sioux de Standing Rock, que argumenta que a obra afeta os territórios considerados sagrados, além de contaminar seus recursos de água potável.
A tribo Dicha, apoiada pelos sioux da tribo próxima Cheyenne River, requisitou ao juiz James Boasberg uma ordem temporária de impedimento da construção, sob justificativa de violação dos seus direitos religiosos.
O projeto de construção desse oleoduto foi relançado pela administração do presidente americano Donald Trump na terça-feira (7/2), revertendo a decisão anterior do governo de Barack Obama.