Mais de 70 modelos assinaram nesta terça-feira (7/2) uma petição contra a pressão constante da indústria da moda americana para perder peso, apesar dos problemas de saúde que isso pode implicar, a dois dias da abertura da Semana da Moda de Nova York.
Uma carta da Model Alliance, associação de Nova York que defende os direitos dos modelos, denunciou "o grave problema" que "as práticas nocivas de controle de peso" representam.
O texto pede que a indústria "se comprometa seriamente com a promoção da saúde e da diversidade" nos desfiles, e prometeu "reconhecer os responsáveis da indústria que estejam à altura do desafio".
A associação destaca um estudo recente do instituto Runway Research que mostra que 81% dos modelos interrogados estão abaixo do seu peso normal.
Além disso, 62% dos modelos afirmam ter recebido pedidos de perder peso por parte de sua agência, e 71% dizem estar de dieta, enquanto mais da metade admite ter jejuado ou pulado refeições.
Estas pressões sobre os modelos são documentadas há vários anos, e levaram a França a adotar uma lei que busca colocar fim à ditadura da magreza.
O texto, adotado no final de 2015, afirma que os modelos devem apresentar um certificado médico que ateste que seu "estado de saúde, avaliado principalmente a partir do índice de massa corporal (IMC), é compatível com o exercício do seu ofício".
O IMC é a relação entre a altura e o peso de uma pessoa, e indica se alguém está subnutrido ou acima do peso.
Mas apesar da lei e de exceções muito midiatizadas, as modelos magérrimas continuam sendo a norma nas passarelas.