Agência Estado
postado em 06/02/2017 12:09
A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, recebeu o aval de seus aliados conservadores da Baviera nesta segunda-feira em sua campanha por um quarto mandato. Com isso, a sigla deixou de lado um prolongado debate sobre as políticas de imigração de Merkel, enquanto o país se prepara para eleição nacionais em setembro.
A mostra de unidade entre os conservadores em uma reunião em Munique ocorre no momento em que o principal rival de Merkel, o Partido Social-Democrata (SPD), de centro-direita, ganha força nas pesquisas após a surpreendente nomeação de Martin Schulz, ex-presidente do Parlamento Europeu e um rosto relativamente novo na política nacional.
A União Social Cristã (CSU), da Baviera, domina a política nesse Estado do sul alemão há décadas e é uma fonte importante de votos na eleição nacional para o bloco conservador liderado pela União Democrata Cristã (CDU), de Merkel. A aliança se viu fragilizada desde o fim de 2015, após o líder da CSU e governador da Baviera, Horst Seehofer, tornar-se um dos principais críticos domésticos da abordagem de Merkel para os imigrantes.
Há um ano, Seehofer ameaçou o governo federal com um processo se não fossem tomadas medidas para garantir a segurança nas fronteiras e reduzir o influxo de pessoas com pedidos de asilo. Ele nunca levou a ameaça adiante. Mais recentemente, a CSU levantou dúvidas sobre se as siglas fariam campanha juntas.
Merkel, chanceler alemã desde 2005, anunciou sua candidatura em novembro. "Nós faremos esta campanha eleitoral juntos", afirmou Seehofer nesta segunda-feira. "A Alemanha é uma ilha de estabilidade" sob o comando de Merkel, disse o aliado.
Os conservadores concordaram em deixar em segundo plano a disputa para se concentrar na eleição de 24 de setembro, embora ainda discordem sobre a demanda da CSU por um limite anual de 200 mil no número de refugiados que poderiam entrar no país. Chegaram na Alemanha 890 mil pessoas em 2015 e 280 mil no ano passado em busca de asilo. Muitos deles vieram pelos Bálcãs, até essa via ser na prática fechada por outras nações.
Merkel insiste que a Alemanha continuará a aceitar pessoas que de fato precisam de proteção, mas o governo endureceu regras de asilo e declarou vários países como "seguros", o que dificulta a obtenção de asilo para pessoas dessas nações.