A líder da oposição japonesa pediu ao primeiro-ministro Shinzo Abe que abandone o silêncio sobre o decreto anti-imigração de Donald Trump, poucos dias antes de uma reunião Estados Unidos-Japão.
"Estados Unidos e Japão têm em comum dar prioridade aos direitos humanos. Gostaria que o primeiro-ministro falasse o que deve ser falado", afirmou a presidente do Partido Democrata, que utiliza apenas o nome Renho.
"Abe disse que não estava em posição de fazer comentários. Isto não é suficiente vindo de um primeiro-ministro. Deveria dizer o que pensa da decisão de Trump em termos de direitos humanos", completou Renho, de 49 anos.
O decreto de Donald Trump que proíbe o acesso ao território americano de cidadãos de sete países de maioria muçulmana e de refugiados de todos os países provocou uma onda de indignação entre várias autoridades mundiais, como a chanceler alemã Angela Merkel, o presidente francês François Hollande, o presidente do Conselho Europeu Donald Tusk, a primeira-ministra britânica Theresa May e o primeiro-ministro italiano Paolo Gentiloni.
O Japão é o único sócio dos Estados Unidos no G7 que não se pronunciou a respeito.
"A política de imigração de um país e seus decretos são questões de política interna. Gostaria de abster-me de comentar", afirmou Abe na quinta-feira no Parlamento.
Abe foi o primeiro líder estrangeiro a viajar a Nova York para uma reunião com Donald Trump após sua eleição, em novembro. Os dois devem se encontrar novamente no dia 10 de fevereiro em Washington.