A candidatura conservadora de François Fillon à presidência da França foi atingida por denúncias nepotismo e o antes líder das pesquisas de opinião pode ficar inclusive fora do segundo turno, mostra uma pesquisa publicada nesta quarta-feira (1/2) pelo jornal Les Echos.
O levantamento, conduzido pelo instituto Elabe a pedido do jornal e da Radio Classique mostra que Fillon perdeu entre 5 e 6 pontos porcentuais desde a última pesquisa, feita há quatro semanas, chegando aos 19% ou 20% de inteção de voto, dependendo do cenário apresentado. Esta é a primeira vez que o conservador fica abaixo dos 20%.
Como resultado, ele foi ultrapassado pelo candidato do centro, Emmanuel Macron, que chegou aos 22% ou 23%, ganho de um ponto porcentual, e que acenou pela primeira vez com a possibilidade de chegar ao segundo turno. A maior beneficiada, no entanto foi Marine Le Pen, candidata do partido de extrema direita Frente Nacional, que ganhou três pontos porcentuais e passou a liderar a corrida presidencial, com 26% ou 27% das intenções de voto.
Na semana passada, o jornal Le Canard Encha;né publicou uma matéria afirmando que sua esposa, Penelope, trabalhou como sua assessora por oito anos, embolsando cerca de 500 mil euros ocupando um posto de trabalho fictício em seu gabinete.
A pesquisa do Elabe foi produzida entre os dias 30 e 31 de janeiro, antes portanto, de uma nova reportagem do Canard Encha;né, publicada também nesta quarta-feira, afirmando que os pagamentos à esposa de Fillon são mais antigos e somam 830 mil euros ao longo de 15 anos. O jornal afirma também que dois filhos trabalharam em seu gabinete entre 2005 e 2007 quando o francês era senador, recebendo 84 mil euros no período.
Fillon e sua esposa estão sob investigação preliminar de promotores por suspeitas de desvio e apropriação indevida de fundos públicos após o Canard Encha;né ter feito a primeira denúncia, na semana passada.