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Base republicana aprova as ações de Donald Trump

Nos Estados Unidos, as conversas com eleitores confirmam o que as pesquisas apontam: mais de 80% dos republicanos aprovavam na semana passada as últimas ações do novo presidente, de acordo com o instituto Quinnipiac

Os partidários de Donald Trump só têm a comemorar as decisões tomadas pelo presidente republicano desde sua posse, embora sejam alvo de condenações internacionais, manifestações em várias cidades, editoriais de jornais e discursos de políticos de teor crítico.

"Estou nos céus", diz Josette White, 44 anos e micro-empresária. "Ele tem cumprido exatamente com as suas promessas, menos as ações contra Hillary (Clinton), mas isso posso compreender".

Em maio passado, em Charleston, na Virginia ocidental, Josette enfrentou mais de seis horas na fila para participar de um comício do bilionário. Os primeiros passos tomados pelo presidente encontraram conforto em sua convicção de que só ele era capaz de transformar o país.
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"Os políticos prometem, prometem, prometem. Mas ele não muda. Ele fala aos trabalhadores", diz a mulher cujo pai e avô trabalharam em minas de carvão.

Nos Estados Unidos, as conversas com eleitores confirmam o que as pesquisas apontam: mais de 80% dos republicanos aprovavam na semana passada as últimas ações do novo presidente, de acordo com o instituto Quinnipiac.

Este apoio também se aplica ao decreto que proíbe a entrada em território americano de refugiados e cidadãos de sete países, incluindo Irã, Iraque e Síria.

De acordo com uma pesquisa da Reuters/Ipsos, 73% deles consideram ainda ser necessário "proibir (de entrar nos Estados Unidos) muçulmanos de outros países para prevenir o terrorismo".

Outros estudos confirmam a divisão do país: os republicanos apoiam seu presidente e os democratas o rejeitam categoricamente.

"Tudo deve ser feito para garantir a segurança deste país", aprova Milan Davich, aposentado de 66 anos de Johnstown, Pensilvânia, no coração do "Rust Belt" (o "cinturão de ferrugem") que garantiu o sucesso do republicano nas urnas.

Mesma aprovação para o projeto de construção de um muro na fronteira mexicana: "Eles deveriam eletrificar e instalar metralhadoras", sugere este homem alto e magro que se descreve como um isolacionista e nostálgico dos anos 1950.

Quanto aos centenas de milhares de manifestantes nas ruas de várias cidades dos Estados Unidos, "eles vão de qualquer maneira protestar contra tudo o que ele fizer nos próximos quatro anos."

No bom caminho

"Ele está fazendo melhor do que Hillary teria feito", considera na zona rural de Ohio Don Krepps, um operário aposentado que gosta de assistir ao noticiário na televisão. "Se ao menos os democratas e pessoas de Hollywood não se queixassem cada vez que ele faz algo...", lamenta.

Nada irrita mais seus partidários do que a atenção midiática aos opositores do novo inquilino da Casa Branca.

"Não há dúvida de que a CNN e Fox News não dão nenhuma chance a ele", afirma Dan Wallace, ex-entregador da FedEx perto de Charlotte, Carolina do Norte. Sim, ele aponta, a "Fox News também critica Trump".

Os supostos tropeços - o cancelamento da visita do presidente do México, a confusão em torno do decreto migratório, guerra de tuítes - são para eles como epifenômenos.

"Ele está no caminho certo, só precisa que deem uma chance", pede.

Reeleição à vista

No Congresso, em particular, os primeiros passos do presidente fizeram ranger os dentes de congressistas. Até mesmo vários republicanos criticaram publicamente o decreto migratório.

Mas como um todo, a maioria espera a tempestade passar na esperança de ver o navio não afundar. O jogo é de paciência: ao manter boas relações com Donald Trump, os líderes republicanos terão, finalmente, as mãos livres para adotar as amplas reformas conservadoras contra as quais Obama vetou.

A nomeação na terça-feira pelo presidente à Suprema Corte de um conservador aguerrido, Neil Gorsuch, também foi devidamente aplaudida por toda a direita americana.

"Vamos ser muito pacientes", afirma um republicano da Câmara dos Representantes. Os democratas vão "atacar com tudo o que puderem, só temos de estar prontos para nos defendermos".

Até quando? Para Larry Sabato, cientista político da Universidade da Virginia, Donald Trump "é o primeiro presidente moderno a não ter feito nenhum gesto em direção aos 54% dos americanos que não votaram nele".

"Ele tem agido apenas para os 46% que votaram nele. Ele espera que isso será suficiente para uma reeleição", acredita o especialistas. "Já está em campanha."