O FMI considera que a dívida da Grécia é "insuportável" e "explosiva" no longo prazo e pede à Europa que tome medidas para aliviá-la, segundo um relatório ao qual a AFP teve acesso.
O sombrio diagnóstico compromete a participação financeira do Fundo Monetário Internacional (FMI) no terceiro plano de ajuda oferecido pelos europeus à Grécia em 2015, apesar da resistência da Alemanha.
Atender à dívida grega implicará "um significativo alívio da dívida" por parte das instituições europeias, aponta o documento que será discutido pela direção do FMI em 6 de fevereiro.
Para a entidade, o alívio deverá estender consideravelmente os prazos de pagamento.
Ainda com a plena implementação das reformas econômicas que a Grécia aceitou implementar, a dívida é "altamente insustentável" e "se tornará explosiva no longo prazo", enquanto Atenas tenta substituir o altamente subsidiado financiamento público com financiamento do mercado a taxas mais altas.
O pessimismo do relatório torna mais improvável que o FMI acompanhe qualquer novo empréstimo à Grécia.
Meses de discussões adiaram o avanço do resgate da Grécia acordado em 2015 e estimado em US$ 92,4 bilhões.
O FMI pede a extensão do período de carência para 2040 e, em 30 anos, o vencimento dos créditos. Em alguns casos, isso implicaria chegar ao ano de 2070, um lapso muito maior em comparação ao que a Europa aceitou em 2012.