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Referência involuntária da equipe de Trump a '1984' dispara vendas

Comentário foi feito por uma assessora de Donald Trump e fez disparar vendas do clássico de George Orwell

Agência France-Presse
postado em 25/01/2017 17:48
Uma referência ao livro "1984" feita involuntariamente por uma assessora de Donald Trump disparou as vendas do clássico de George Orwell, que liderava nesta quarta-feira (25/1) a lista dos mais vendidos no site da Amazon nos Estados Unidos.

Para defender o porta-voz da Casa Branca, Sean Spicer, depois da polêmica envolvendo os números do público presente à posse de Trump, a assessora Kellyanne Conway classificou no domingo a versão de seu colega como "fatos alternativos".

Spicer chegou a afirmar que a posse do novo presidente foi a mais numerosa já vista na história do país. Fotos comparativas avaliadas por analistas apontam, porém, que a cerimônia em Washington contou com uma presença bem menor de visitantes do que na posse de Barack Obama, em 2009.

Após a declaração de Kellyanne Conway, vários jornais afirmaram que o termo foi usado em "1984", que descreve uma sociedade onde o governo controla estritamente a informação.

Em sua obra, Orwell trabalha com o conceito de "duplipensar", o qual - segundo o autor britânico - "significa o poder de manter duas crenças contraditórias na mente simultaneamente, aceitando ambas".

Nas horas que se seguiram à polêmica, as vendas de "1984" dispararam. O livro foi publicado originalmente em 1949. Hoje, era o mais vendido na página da Amazon nos Estados Unidos.

Um porta-voz da editora Penguin disse à rede CNN que uma tiragem "significativa" de 75.000 exemplares adicionais desse título seria impressa para responder à demanda incomum.

Para a psicóloga Marilyn Wedge, que publicou um artigo no site Psychology Today, é possível estabelecer um paralelismo entre "1984" e o governo Trump.

Donald Trump "está tentando nos dizer que criamos o que ele e seus assessores dizem por cima do que nossos próprios olhos nos dizem", comentou.

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