Em sua despedida como presidente dos Estados Unidos, o democrata Barack Obama fez um discurso histórico e emocionado para uma multidão de 20 mil pessoas na terça-feira (10) à noite, a 10 dias de entregar o cargo para o seu sucessor, o republicano Donald Trump.
A fala ocorreu em Chicago, capital do estado que o alavancou politicamente. "É bom estar em casa. Esta noite é a minha vez de dizer obrigado", foi a primeira frase do presidente, que ficou oito anos à frente da Casa Branca. Veja os principais momentos da última mensagem de Obama como mandatário.
[VIDEO1]
Racismo
"Para negros e outras minorias, [nosso desafio] significa amarrar nossas próprias lutas pela Justiça aos desafios que muitas pessoas neste país enfrentam - não apenas os refugiados, os imigrantes, os pobres rurais, os transgêneros americanos, mas também os de meia-idade. O homem branco, de fora, pode parecer que tem todas as vantagens, mas ele viu seu mundo revirado por mudanças econômicas, culturais e tecnológicas".
Superar desafios
Obama disse que a população ainda precisa superar os desafios raciais, políticos e econômicos existentes. O presidente norte-americano disse que é possível vencer os desafios. "Depois de oito anos como presidente, eu ainda acredito nisso". E prosseguiu: "E não é apenas a minha crença, é o coração palpitante da nossa ideia americana - a nossa ousada experiência de autogoverno".
"Vocês foram a mudança"
Obama creditou aos cidadãos norte-americanos os avanços em seu governo, como o descongelamento das relações com Cuba, o fim da recessão econômica, a queda da taxa de desemprego e o acordo nuclear com o Irã . ;Vocês foram a mudança. Vocês responderam às esperanças do povo, e, graças a vocês, em quase todas as medidas, os Estados Unidos são um lugar melhor e mais forte que quando começamos;, disse o presidente.
[SAIBAMAIS]
Conquista de direitos
Ele também pediu que as minorias unam as suas lutas e que todos os americanos respeitem os ativistas pelos direitos civis. "Temos de defender as leis contra a discriminação, na contratação [trabalhista], na habitação, na educação e no sistema de justiça criminal. Isso é o que exigem a nossa Constituição e os ideais mais elevados. Mas as leis sozinhas não serão suficientes. Os corações precisam mudar."
Desigualdade econômica
Ainda que tenha exaltado avanços em seu governo, Obama reconheceu que o progresso dos EUA tem sido desigual. "A desigualdade absoluta também é corrosiva para nossos ideiais democráticos", disse, ao criticar a crescente separação entre ricos e pobres nos Estados Unidos. "Enquanto a parte superior de um 1% acumulou uma maior parcela de riqueza e renda, muitas das nossas famílias, nas cidades e municípios rurais, foram deixadas para trás. O trabalhador de fábrica despedido, a garçonete e os trabalhadores de saúde que lutam para pagar as contas - convencidos de que o jogo é fixado contra eles, que seu governo serve apenas os interesses dos poderosos - isso é uma receita para mais cinismo e polarização em nossa política."
Mudanças climáticas
Obama destacou que, em oito anos, conseguiu reduzir a dependência de seu país por combustíveis fósseis e dobrou as reservas de energias renováveis. Ele pediu aos americanos para não abandonar essa agenda. "Nossos filhos não terão tempo para debater a existência das mudanças climáticas. Estarão ocupados lidando com seus efeitos", concluiu.
Imigrantes
O democrata ressaltou ainda o papel dos imigrantes na história do país. ;A América não foi enfraquecida pela presença desses recém-chegados. Eles abraçaram a nação, e ela foi fortalecida;, disse.
;Yes, we can;
Barack Obama encerrou seu discurso com uma série de agradecimentos a sua família e sua equipe na Casa Branca, e prometeu continuar lutando pelo que acredita. ;Yes, we can. Yes, we did; (;Sim, nós podemos. Sim, nós fizemos;), finalizou o presidente.