O fundador do Wikileaks, Julian Assange, chamou nesta segunda-feira (9/1) de pobre e embaraçoso o relatório dos serviços de inteligência dos Estados Unidos afirmando que a Rússia usou sua organização para favorecer Donald Trump.
"O relatório publicado na sexta-feira (...) não é um relatório de inteligência. Ele não tem a estrutura de um relatório de inteligência", disse Assange numa coletiva de imprensa por telefone de seu confinamento na embaixada equatoriana em Londres.
"É absolutamente constrangedor para a reputação dos serviços de inteligência dos Estados Unidos publicar algo assim e garantir que é um relatório", ressaltou.
"É um comunicado de imprensa", disse ele, "foi claramente concebido para ter um impacto político".
De acordo com o relatório americano, a Rússia tentou desacreditar a candidata democrata Hillary Clinton e ajudar Donald Trump a vencer as eleições presidenciais de 8 de novembro.
Para o FBI, a CIA e a NSA, as três principais agências de inteligência dos Estados Unidos, o presidente Vladimir Putin e o governo russo "desenvolveram uma clara preferência pelo presidente eleito Trump", que durante a campanha fez comentários favoráveis %u200B%u200Bao líder russo.
Essa informação, em parte embaraçosa ou comprometedora, foi filtrada através do WikiLeaks.
O objetivo final do relatório, que "não apresenta evidências de qualquer tipo", é "deslegitimar a vitória de Donald Trump", segundo Assange.
O australiano voltou a negar que a Rússia tenha fornecido os documentos publicados durante a campanha eleitoral dos Estados Unidos: "as nossas fontes sobre a questão das eleições americanas não partiram de um ator estatal".
A Rússia também minimizou as conclusões do relatório. "São acusações absolutamente infundadas, de um nível amador", disse o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, nesta segunda-feira.
Por France Presse