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Atentado na Turquia deixa dois mortos cinco dias após massacre em Istambul

Por enquanto não houve reivindicação do ataque, mas o prefeito de Izmir afirmou que as autoridades suspeitam dos rebeldes curdos do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK)

Duas pessoas morreram nesta quinta-feira (5/1) na explosão de um carro-bomba em Izmir (oeste da Turquia), um atentado que gerou confrontos com a polícia que deixaram ao menos dois mortos, enquanto as autoridades continuam em busca do autor do massacre do Ano Novo em Istambul.

Segundo a agência de notícia oficial Anatolia, um policial e um funcionário morreram na explosão de um carro-bomba em frente à entrada de juízes e procuradores do tribunal de Izmir.

O ataque gerou confrontos com a polícia, nos quais as forças de segurança mataram dois "terroristas", segundo a agência Anatolia, enquanto um terceiro conseguiu escapar.

Por enquanto não houve reivindicação do ataque, mas o prefeito de Izmir afirmou que as autoridades suspeitam que os rebeldes curdos do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) sejam os responsáveis.

"Os primeiros elementos indicam que o PKK está por trás do ataque", declarou Erol Ayyildiz à imprensa. Ele também indicou que "seis, sete pessoas" ficaram feridas.
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O prefeito de Bayrakli, ao norte de Izmir, Hasan Karabag, declarou à rede de televisão NTV que ao menos 10 pessoas ficaram feridas, uma delas com gravidade, enquanto a agência Dogan evocou 11 feridos.

Origem uigur

Enquanto isso, as autoridades turcas realizaram novas prisões nesta quinta-feira relativas à investigação do atentado do Ano Novo em Istambul, reivindicado pelo grupo radical Estado Islâmico e cujo autor continua foragido.

Vários suspeitos de cumplicidade com o indivíduo que matou 39 pessoas na discoteca de Istambul foram detidos em Silivri, perto de Istambul, de acordo com a agência Anatolia, que não deu maiores detalhes.

Os suspeitos são naturais do "Turquestão Oriental", antigo nome da região chinesa de Xinjiang, de maioria uigur, acrescentou a fonte.

Na terça, a imprensa turca havia reportado que o agressor poderia ser originário de um país da Ásia central e o chanceler Melvut Cavusoglu anunciou no dia seguinte que o suspeito havia sido identificado, mas sem revelar seu nome ou nacionalidade.

O vice-ministro Veysi Kaynak afirmou nesta quinta que provavelmente o criminoso é de origem uigur.

As autoridades difundiram várias imagens do suspeito, que se filmou em uma rua de Istambul.

As autoridades acreditam que o agressor foi treinado no manejo de armas. No ataque, ele utilizou carregadores duplos para otimizar o tempo de recarga, granadas para desorientar os alvos e visou a parte superior do corpo das vítimas para aumentar a letalidade do ataque.

Ao menos 36 pessoas se encontram detidas, entre elas a esposa do suposto autor do ataque e várias pessoas originárias da Ásia Central.

As revistas realizadas em Izmir depois da prisão de vinte pessoas levaram à descoberta de um óculos de visão noturna, material militar e passaportes falsos, segundo a agência Dogan.

Busca e captura

Depois de invadir a boate e realizar o massacre, o suspeito pegou um táxi para Zeytinburnu, na margem europeia de Istambul, e pegou dinheiro emprestado em um restaurante para pagar a corrida.

O dono do restaurante, entrevistado pela Dogan, confirmou que alguns de seus empregados se encontram presos.

Enquanto prosseguem as buscas, foi reforçada a segurança nas fronteiras grega e búlgara, onde veículos e pessoas são revistados.

O atentado coincidiu com a operação do exército turco para conquistar a cidade de Al Bab, reduto do EI no norte a Síria, onde Ancara dirige uma ofensiva contra os extremistas e as milícias curdas.

Ao reivindicar o massacre na discoteca Reina, o EI repreendeu a Turquia por intervir na Síria e por participar na coalizão liderada pelos Estados Unidos que combate o grupo radical na Síria e no Iraque.

A tragédia na boate Reina marcou um início de ano sangrento para a Turquia, já abalada em 2016 por uma tentativa de golpe e por uma onda de ataques cometidos por extremistas islâmicos, ou pelos insurgentes curdos.

Decretado após a tentativa de golpe em julho, na terça-feira, o estado de emergência foi estendido por mais três meses pelo Parlamento turco.

Em seu primeiro discurso público desde o atentado, o presidente Erdogan declarou que esse ataque "tem como objetivo polarizar a sociedade".

"Os ataques visam a que nossa emoção prevaleça sobre nossa razão. Embora isso nos faça sofrer, não é uma desculpa para nos rendermos", frisou.
Por France Presse