O congresso do Peru instalou nesta quarta-feira uma comissão multipartidária que investigará supostos subornos de empresas brasileiras a funcionários peruanos nos últimos três governos.
"Não somos fiscais, não somos juízes, somos congressistas que faremos um trabalho responsável que chegue à verdade e à sanção dos responsável por estes fatos denunciados", disse em coletiva de imprensa o parlamentar do partido fujimorista Força Popular, Víctor Albrecht, presidente da comissão.
O grupo de trabalho, criado em 10 novembro, tem 180 dias para investigar os supostos subornos pagos por empresas brasileiras no escândalo ;Lava Jato;, em particular a Odebrecht, que admitiu ter subornado funcionários em vários países, Peru entre eles, para ganhar obras públicas entre 2005 e 2014.
Albrecht disse à imprensa que serão citados na comissão os três últimos ex-presidentes: Alejandro Toledo, Alan García e Ollanta Humala.
Nas indagações da comissão estão incluídas também as construtoras Camargo Correa, OAS, Andrade Gutiérrez, Queiroz Galvão e outras que teriam se beneficiado com obras em troca do pagamento de propinas, segundo uma nota do Congresso.
Esta é a segunda comissão sobre a ;Lava Jato; instalada no Congresso peruano. A primeira foi na legislatura anterior, entre 2011 e 2016.
Essa comissão suspendeu o sigilo bancário de cerca de 150 pessoas, entre elas ministros, vice-ministros e presidentes, mas só encontrou uma pessoa que não pôde justificar 400.000 dólares e que por isso foi colocada à disposição do Ministério Público (MP).
A Odebrecht está negociando com o MP do Peru a entrega de informação e devolução de dinheiro dos ganhos ilícitos no país.
Odebrecht participou de mais de 40 projetos no período investigado (2005-2014) no Peru, executados com um gasto público de aproximadamente 12 bilhões dólares.
O Ministério Público peruano tem investigado o desdobramento do caso ;Lava Jato; no país desde novembro.
Há uma semana, o Ministério da Justiça do Peru criou um grupo especial para analisar as informações resultantes das investigações sobre as denúncias de subornos contra a Odebrecht.
Por France Presse