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México investiga origem de explosão em mercado de fogos de artifício

No passado, o mercado de San Pablito sofreu dois incidentes semelhantes, ambos pelo mau manejo da pólvora

O mercado especializado em fogos de artifício de Tulpetec, o maior do México, amanheceu nesta quarta-feira (21/12) coberto de cinzas após a potente explosão que matou 31 pessoas e deixou 60 feridas, enquanto as autoridades tentavam identificar as vítimas e explicar a origem da tragédia.


A explosão ocorreu às 14H50 locais (18H50 Brasília) no mercado de fogos conhecido como San Pablito, repleto de pessoas devido às festas de final de ano. Centenas de policiais patrulhavam a área, enquanto as autoridades procuravam 12 pessoas que seguiam desaparecidas.

Alejandro Gómez, procurador do estado do México, onde fica Tulpetec, declarou que entre os mortos há 14 homens e 16 mulheres, entre os quais oito eram menores e idade. O procurador informou que apenas 13 dos 31 corpos resgatados foram reconhecidos até o momento. Técnicos forenses estaduais e federais trabalham na análise genética dos corpos, porque "praticamente a maioria não há possibilidade de identificar", disse o governador do estado do México, Eruviel Avila. Segundo Gómez, 60 pessoas ficaram feridas, incluindo 47 que permanecem hospitalizadas.

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Na terça-feira, as autoridades anunciaram um balanço de 72 feridos. Vários estariam em estado grave, incluindo três menores de idade que serão levados para um hospital de Galveston, nos Estados Unidos, para receber atendimento em um hospital especializado em queimaduras. "Ouvimos três explosões e todos corremos. Cada um correu para um lado", relatou à AFP José Fabián Pérez, testemunha da tragédia e familiar de um dos feridos. "Houve a explosão e tudo começou a pegar fogo. Até gente queimando saiu correndo", revelou à AFP Walter Garduño, que estava próximo ao mercado. "Tinha gente correndo em chamas, incendiada, crianças".

Víctor Hugo Samantes, que tem familiares com barracas no mercado, foi um dos primeiros a chegar no local, e encontrou seus parentes ilesos. "É incrível porque você está acostumado a ver o movimento, as pessoas trabalhando, e agora não há mais nada", disse Samantes à AFP. As TVs locais exibiram imagens de uma ampla área devastada rodeada de ambulâncias e carros de bombeiros.

Causas indeterminadas

"Visitem-nos! Abrimos todos os dias do ano. Contamos com todas as medidas de segurança", diz um grande letreiro na entrada do mercado. Mas nesta quarta-feira, as mais de 300 barracadas destruídas estavam isoladas para o trabalho dos agentes da polícia e socorristas. A explosão foi registrada na terça0-feira à tarde, num momento de grande movimentação em que havia grande atividade, com pessoas comprando fogos de artifício para as festas de final de ano.

Segundo as autoridades, 26 pessoas morreram no local e cinco em hospitais, enquanto que várias casas e carros próximos da área foram danificados pela onda expansiva. A Procuradoria Geral informou que iniciou uma investigação para determinar as causas do acidente, que provocou "seis explosões de pirotecnia". Tropas do Exército e equipes de emergência resgataram os feridos com ambulâncias e helicópteros. Por sua vez, Gómez indicou que as causas da tragédia ainda não foram esclarecidas. "Não tenho, neste momento, hipóteses (...) Nossa prioridade foi atender os feridos", afirmou.

No passado, o mercado de San Pablito sofreu dois incidentes semelhantes, ambos pelo mau manejo da pólvora. O mercado funcionava com o aval das autoridades. Em 15 de setembro de 2005, um incêndio e explosões destruíram o San Pablito. No ano seguinte, outro acidente destruiu mais de 200 barracas.

Por France Presse