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Atentado em Berlim alimenta hostilidade à política de acolher refugiados

Em comunicado, o Estado Islâmico afirma que um de seus "soldados" dirigia o caminhão que atropelou o público em uma feira natalina, em Berlim. Atentado alimenta hostilidade à política de acolher refugiados e dificulta a campanha da chanceler Angela Merkel à reeleição

Gabriela Freire Valente
postado em 21/12/2016 07:53
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O grupo terrorista Estado Islâmico (EI) reivindicou a autoria do ataque da noite de segunda-feira contra uma feira de Natal no coração de Berlim, com saldo de ao menos 12 mortos e dezenas de feridos. Embora as autoridades alemãs ainda trabalhassem para identificar e localizar o motorista que arremeteu com um caminhão contra o público que lotava a praça (leia mais abaixo), a agência de notícias Amaq, vinculada ao EI, informou que o atentado foi realizado por um de seus ;soldados;. Sem confirmar imediatamente a alegação, investigadores admitiram que o atropelamento foi um ato intencional.
O comunicado dos jihadistas projeta a expectativa DE que aumente a pressão sobre a chanceler (chefe de governo) Angela Merkel, sob ataque da extrema-direita por sua política de acolhimento de refugiados do Oriente Médio. Em setembro, Merkel disputará o quarto mandato nas eleições legislativas de setembro, sob o espectro do avanço da legenda anti-imigração Alternativa para a Alemanha (AfD).
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[SAIBAMAIS]Recém-reeleita líder da União Democrata Cristã (CDU, em alemão), a chanceler era alvo de críticas pela entrada de mais de 1 milhão de asilados no país, em 2015, em um momento no qual a ameaça terrorista figura no topo da lista de prioridades das autoridades europeias. No dia seguinte ao atropelamento na feira natalina, grupos anti-imigrantes já associavam o incidente à presença dos refugiados. ;Quando é que o Estado de direito alemão vai contra-atacar? Quando essa maldita hipocrisia vai finalmente acabar? Esses são mortos da Merkel!”, protestou Marcus Pretzell, membro do AfD, em sua página no Twitter.

O ministro do Interior da Baviera, Joachim Herrmann ; membro da União Social Cristã (CSU), braço regional da CDU ;, voltou a defender a imposição de limites para a entrada de estrangeiros. ;Devemos questionar sobre os riscos criados pela chegada de um grande número de refugiados ao país;, advertiu. Depois de depositar flores na Breitscheidplatz, a praça onde o caminhão foi lançado contra os pedestres, Merkel considerou que seria ;especialmente difícil; para os alemães se fosse confirmado que o responsável pela ação foi um requerente de asilo, como indicavam informações iniciais.
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