postado em 20/12/2016 13:07
Deixar de viajar a países afetados por atentados significa "castigar as vítimas", afirmou nesta terça-feira o secretário-geral da Organização Mundial do Turismo (OMT), Taleb Rifai, que recomenda aos governos serem mais cuidadosos na hora de desaconselhar lugares.
Em um encontro com a imprensa em Madri, sede dessa agência da ONU, o jordaniano Rifai deu como exemplo os cancelamentos de voos do Reino Unido ao Egito, depois que no dia 31 de outubro de 2015, 224 pessoas morreram na queda do avião russo que havia decolado em Sharm el Sheij, na península do Sinai. A explosão foi reivindicada como um atentado pelo grupo radical Estado Islâmico.
Segundo Rifai, isso "castiga países como Egito, faz que pessos percam seus trabalhos e suas rendas". Isso pode levar à pobreza pessoas que poderão se sentir tentadas de unir a grupos "terroristas", que "amanhã atentarão na Alemanha".
Por isso, afirmou que a ideia de fechar fronteiras à insegurança não faz mais do que "castigar as vítimas".
Nesse sentido, o secretário-geral da OMT recomendou que as chancelarias sejam mais cuidadosas com suas recomendações de viagem.
Segundo ele, elas "devem ser muito específicas no nível geográfico", assim como "em termos de tempo", já que frequentemente são esquecidas nos sites dos ministérios das Relações Exteriores, onde permanecem por anos.
Para Rifai, "não é muito lógico" desistir de visitar um logo após um atentado, já que nesse momento "o lugar é mais seguro", devido "às numerosas restrições" que impostas nesses casos. O funcionário estimou que por culpa dos atentados e a instabilidade política, Tunísia e Egito perderam um total de dois milhões de visitantes internacionais este ano.
A OMT, que conta com 157 países-membros, publicará os dados de 2016 no próximo 17 de janeiro, véspera da abertura da feira de turismo FITUR em Madri.
Em 2015, a OMT registrou 1,186 milhão de chegadas de turistas internacionais no mundo todo, um aumento de 4,6% em relação ao ano anterior. Para 2016, Taleb Rifai espera que chegue a 1,2 milhão de visitas.
Por France Presse