Os ministros das Finanças do Eurogrupo rejeitaram, nesta segunda-feira (5/12), a proposta da Comissão Europeia de aumentar o gasto público em 0,5% do PIB na zona euro, diante da oposição de Alemanha e Holanda, especialmente.
"Os ministros das Finanças da zona euro não conseguiram chegar a um acordo, durante a reunião, sobre o objetivo da Comissão", afirmou o presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, ao fim de uma reunião dedicada à política fiscal.
Depois de anos de uma impopular política de austeridade, que promoveu o sentimento antieuropeu na UE, o comissário europeu de Assuntos Econômicos, o francês Pierre Moscovici, havia proposto em meados de novembro um maior gasto para os países da zona euro com mais margem de manobra.
O Executivo comunitário defende uma expansão de 0,5% nos 19 países da zona euro em seu conjunto, embora, na prática, Alemanha e Holanda, junto com Luxemburgo, sejam os únicos com capacidade para realizar um gasto maior.
Os ministros das Finanças da zona euro "não apoiaram" esse percentual de 0,5%, reiterou Dijsselbloem.
"Sempre decepciona quando sua opinião não é seguida" pelo resto, lamentou Moscovici.
Dias atrás, Holanda e Alemanha já haviam rejeitado a proposta da Comissão, ao considerar que "cabe a cada Estado decidir o que fazer com sua margem orçamentária", nas palavras de Dijsselbloem, também ministro holandês das Finanças.
Em um comunicado publicado ao fim da reunião, o Eurogrupo apontou que Alemanha, Luxemburgo e Holanda "poderiam usar sua situação orçamentária favorável para reforçar sua demanda interna e seu potencial de crescimento, segundo a situação de cada um".
Com essa declaração, o assunto "já não está sobre a mesa", declarou um diplomata europeu à AFP.
Além de França, Itália e Portugal, partidários dessa medida de expansão fiscal, a proposta do Executivo europeu recebeu um "apoio verbal" de Luxemburgo, Malta, Irlanda e Espanha, segundo outro diplomata europeu.
"A Espanha sempre apoia uma maior integração", apontou uma fonte do Ministério espanhol da Economia, acrescentando que, "neste caso, há um objetivo agregado, mas não há instrumentos agregados".
A proposta do Executivo comunitário busca entender a "zona euro como um conjunto", na linha dos princípios da União Monetária, havia indicado uma fonte diplomática.
Embora os diferentes governos nacionais sejam responsáveis por fixar sua política fiscal, essas deveriam ser "coordenadas" entre os 19 países do euro, acrescentou a mesma fonte.
Por France-Presse