A imprensa chinesa se absteve nesta segunda-feira (5/12) de criticar Donald Trump, mas ameaçou Taiwan com represálias, após a conversa telefônica do presidente eleito dos Estados Unidos com a presidente de Taiwan, um fato inédito em 40 anos.
Trump atacou novamente no domingo (4/12) a China, acusando o país asiático de desvalorizar sua moeda e de construir um "vasto complexo militar no mar da China do Sul".
[SAIBAMAIS]À espera de uma reação oficial a estes comentários, os meios de comunicação chineses permanecem prudentes, como o GlobalTimes, que se contenta em lembrar em sua página da internet que "construir em seu território forma parte dos atributos da soberania".
Os editoriais culparam a inexperiência diplomática do magnata ao fato de ter aceitado falar por telefone na sexta-feira (2/12) com a presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen.
Esta conversa recebeu "uma importância que não merece", estima o China Daily, que destaca a "inexperiência de Trump e de sua equipe de transição em matéria de relações exteriores".
Pequim considera Taiwan como uma de suas províncias e se opõe a qualquer relação oficial entre suas autoridades e líderes estrangeiros, uma postura respeitada pelos Estados Unidos há 40 anos.
"A questão de Taiwan forma parte dos assuntos mais sensíveis na Ásia oriental e se for mal gerida pode conduzir a uma guerra", escreve o Global Times, de posições nacionalistas e próximo à linha do regime chinês.
O jornal estima que seria inadequado criticar Trump, já que "continua sendo presidente eleito", mas propõe sancionar Taipé, fazendo-a perder "um ou dois aliados diplomáticos", entre os vinte Estados que a apoiam.
Por France Presse