Mais de 380.000 afegãos registrados como refugiados no Paquistão retornaram neste ano ao Afeganistão, um número recorde desde 2007, indicou nesta sexta-feira (2/12) as Nações Unidas.
Uma política mais firme em relação aos refugiados por parte do Paquistão e a ajuda de 400 dólares por pessoa proposta pela ONU para aqueles que voltam levou milhares de famílias a fazer o caminho de volta.
"São números sem precedentes que não havíamos antecipado. Apenas em outubro, 148.000 pessoas voltaram, ou seja, o nível mais alto em um mês desde agosto de 2005", indicou à AFP uma porta-voz da Agência da ONU para os Refugiados (ACNUR), Duniya Aslam Khan.
Em alguns momentos, a organização precisou administrar até 5.500 pessoas por dia, disse.
A eles se somam os refugiados não registrados que também retornaram ao Afeganistão e cujo número é calculado em cerca de meio milhão neste ano.
Após seu retorno, os refugiados precisarão enfrentar um futuro incerto em um país ainda arrasado pela guerra e no qual meio milhão de pessoas precisaram abandonar seus lares em 2016 devido à violência, segundo a ONU.
Este importante êxodo da população afeta os recursos locais, em particular nas zonas urbanas, mais seguras, segundo responsáveis.
Cerca de 1,34 milhão de refugiados registrados seguem no Paquistão, segundo o ACNUR, além de outro meio milhão de pessoas não registradas. O Paquistão é um dos países do mundo que mais acolhe refugiados.