postado em 01/12/2016 17:40
Moscow, Rússia - Uma nave de carga não tripulada que viajava rumo à Estação Espacial Internacional (ISS) queimou na atmosfera pouco depois do seu lançamento, nesta quinta-feira, informou a agência espacial russa, gerando preocupações sobre segurança em viagens espaciais.
"De acordo com informações preliminares, como resultado de uma situação anormal, a perda da nave de carga ocorreu cerca de 190 quilômetros acima do território montanhoso remoto e despovoado da região de Tuva (Rússia), e a maioria dos fragmentos queimaram em densas camadas da atmosfera", reportou a Roscosmos em um comunicado.
Mais cedo, a Roscosmos disse que tinha perdido contato com a nave Progress MS-04 383 segundos depois do seu lançamento do cosmódromo de Baikonur (Cazaquistão), e que seus especialistas estavam investigando o problema.
A agência espacial disse que a perda da nave de carga "não afetará as operações normais dos sistemas da ISS e a subsistência da tripulação da estação".
A Nasa disse em seu site que as provisões no laboratório espacial estão "em bons níveis".
A nave de carga, cujo acoplamento à ISS estava programado para o sábado, carregava 2,4 toneladas de combustível, alimentos e equipamentos quando decolou de Baikonur, disse a Roscosmos.
Segundo lançamento fracassado
A agência russa disse que uma comissão do Estado investigaria o incidente, mas não disse se este afetaria futuros lançamentos.
Este último incidente é o segundo lançamento fracassado de uma nave de carga Progress em menos de dois anos.
Em abril de 2015, uma nave Progress se desintegrou no ar após o lançamento, uma falha que a Rússia atribuiu a um problema no foguete Soyuz.
O incidente provocou a suspensão de todos os voos espaciais russos durante quase três meses, e obrigou um grupo de astronautas a passar um mês a mais na ISS.
Na época, a Rússia disse que como o mesmo tipo de foguete é usado para missões tripuladas, todos os problemas com as missões de reabastecimento da Progress precisavam ser investigados minuciosamente antes do lançamento de qualquer nave tripulada.
Moscou envia três ou quatro naves espaciais desse tipo por ano para abastecer a ISS. Depois de fazer a sua entrega, elas caem de volta para a Terra e queimam na atmosfera em cima do Oceano Pacífico.
No mês passado, o francês Thomas Pesquet, o cosmonauta russo Oleg Novitsky e a astronauta americana Peggy Whitson partiram rumo à ISS para uma missão de seis meses.
Este lançamento ocorreu após o dos russos Andrei Borisenko e Sergei Ryzhikov e do americano Shane Kimbrough, em outubro, que tinha sido adiado por quase um mês devido a questões técnicas.
Os contratempos técnicos complicaram os planos para estender os períodos durante os quais a ISS está com uma tripulação completa, de seis astronautas.
As cápsulas russas Soyuz são a única forma de transportar tripulantes para a ISS desde o fim das operações dos ônibus espaciais americanos, em 2011.
O laboratório espacial, onde se realiza uma série de pesquisas, orbita a Terra a cerca de 28.000 quilômetros por hora desde 1998.
Por France Presse