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Oposição da Colômbia rompe diálogo com o governo e convoca manifestações

Novo documento será assinado hoje, no Teatro Cólon, em Bogotá


A oposição, liderada pelo ex-presidente Álvaro Uribe, radicalizou, rompeu o diálogo com o governo, e parte dela chegou a propor a anulação do Congresso. Quase dois meses depois do plebiscito que rejeitou o pacto de paz com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), o presidente Juan Manuel Santos e Timoleón Jiménez ;Timochenko; assinarão novo acordo na manhã de hoje. ;Meu dever para com todos os colombianos é proteger a vida, acabar com o conflito e preservar a paz. Por isso, nesta quinta-feira, vamos firmar a paz;, defendeu Santos, por meio de seu perfil no Twitter. O chefe de Estado colombiano busca aproveitar o capital político representado pelo Nobel da Paz para encerrar 52 anos do conflito que teve alto custo: 260 mil mortos e 7 milhões de deslocados. Desta vez não haverá plebiscito, e o texto será referendado pelo Congresso na próxima terça-feira, antes de amplo debate. Durante mais de três horas, negociadores de paz do governo explicaram aos uribistas as alterações possíveis no documento e os consensos obtidos pelas negociações em Havana.

Por meio de comunicado, a bancada do Centro Democrático acusou o governo Santos de enganar a população, ao culpar pela violência os opositores do acordo de paz. ;Os atos e os maiores riscos de violência se devem ao abandono da segurança, ao desmonte da cooperação cidadã, à desmotivação das Forças Armadas, ao crescimento desmesurado do narcotráfico, à impunidade concedida às Farc;, afirma o partido de Uribe, que anunciou o rompimento com Santos. ;O governo preferiu a imposição, que divide os colombianos, de que o Pacto Nacional criaria aproximações. Convidamos os cidadãos a persistir na luta, que é pelo futuro da democracia;, acrescenta. O Centro Democrático prometeu estudar ;um conjunto de ações de apelação ao povo nas ruas e nos cenários da democracia;.

Na arena política colombiana, o clima belicoso em torno da perspectiva de paz ficou evidenciado nas manobras dos senadores Paloma Valencia e Daniel Cabrales, filiados ao Centro Democrático. O jornal El Tiempo, de Bogotá, informou que ambos exigem a revogação do Congresso e acusam o Legislativo de não representar a vontade cidadã. ;Tentam desconhecer a vontade dos colombianos expressa nas eleições de 2 de outubro. O que eles pretendem é aprovar à força um documento e com os amigos do governo Santos aqui no Congresso, pois a essência da democracia já não vive neste Congresso. Seria melhor convocar novas eleições e revogá-lo;, declarou Cabrales, citado pelo mesmo jornal.

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