Lima, Peru -O Peru protestou à FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura) contra a nomeação como funcionária em Genebra da ex-primeira-dama Nadine Heredia, investigada por um caso de lavagem de dinheiro, e pediu que reconsidere a designação.
O governo expressou o desagrado e protesto do anúncio, que pode ser interpretado como uma interferência em uma investigação em curso no Peru, segundo um comunicado do ministério das Relações Exteriores.
Nadine Heredia, esposa do ex-presidente Ollanta Humala - que deixou o poder no dia 28 de julho - foi designada diretora do escritório de interesses da FAO na sede das Nações unidas em Genebra pelo diretor geral da organização, José Graziano da Silva.
A nomeação se tornará efetiva em 24 de novembro. Por este motivo, a esposa de Humala viajou na terça-feira para a Europa, segundo a imprensa.
As autoridades peruanas consideraram estranha a designação e destacaram que "não responde a qualquer gestão do governo peruano", sendo "resultado de uma decisão do diretor geral da FAO, sem ter sido objeto de consulta nem coordenação prévia com o ministério das Relações Exteriores".
A chancelaria pediu ao representante da FAO em Lima que "transmita a firme postura peruana ao diretor geral da FAO, com o objetivo de que reconsidere a nomeação".
Heredia enfrenta no Peru, ao lado do ex-presidente Humala, um processo por suposta lavagem de 1,5 milhão de dólares supostamente enviados do Brasil e da Venezuela para campanhas eleitorais, em 2006 e 2011, e que não foram declarados.
Nas duas oportunidades Humala foi candidato pelo Partido Nacionalista, que fundou com a esposa.
Por France Presse