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Trump retirará EUA do TTP no primeiro dia de sua presidência

O líder populista, que chegou ao poder com propostas antiglobalização, explicou em um vídeo postado na segunda-feira suas seis medidas essenciais para seus primeiros 100 dias de governo, todas baseadas em um "princípio fundamental: América em primeiro lugar"



"Trata-se de reformar a classe política, reconstruir a nossa classe média e fazer a América melhor para todos", disse Trump, com uma pequena bandeira americana na lapela.

No primeiro dia de sua presidência, Donald Trump, quando será investido 45; presidente dos Estados Unidos em 20 de janeiro, iniciará o processo de retirada do país do TPP, assinado em 2015 por doze países da região da Ásia-Pacífico, mas sem a China.

No lugar, Donald Trump quer negociar tratados "bilaterais", que segundo ele "vão trazer empregos e indústria para solo americano".

"O TPP sem os Estados Unidos não teria sentido", disse o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, em visita a Argentina.

Para entrar em vigor, esta parceria deve ainda ser aprovada pelo Congresso americano, dominado pelos republicanos.

Em matéria de imigração, e após ter nomeado um ministro da Justiça de linha dura, o senador Jeff Sessions, Trump pretende "investigar os abusos dos programas de vistos", de modo a não desqualificar "o trabalhador americano".

Para a segurança nacional, o principal assessor de Trump será o ex-general Michael Flynn, grande crítico do extremismo islâmico e indulgente com a Rússia, o presidente eleito vai pedir ao ministério da Defesa e ao chefe do Estado-Maior "um plano abrangente para proteger as infra-estruturas vitais da América de ataques cibernéticos, e de todas as outras formas de ataque".

Em termos de energia, Trump, que é cercado de autoridades "climatocéticas", indicou que "iria cancelar as restrições de emprego na produção" de energia, incluindo gás e óleo de xisto e carvão, "criando, assim, milhões de empregos bem remunerados".

Finalmente, Trump prometeu lutar contra a burocracia através da remoção de dois regulamentos para toda nova regulamentação aprovada, e para uma nova "ética" política, proibindo a ida para o setor privado de qualquer membro do poder executivo por durante cinco anos.

O presidente eleito não fez qualquer outra menção ao muro que propôs entre o México e os Estados Unidos, ou sobre a expulsão de milhões de imigrantes em situação irregular, a limitação de entrada no território de muçulmanos ou o cancelamento da reforma da saúde Obamacare.

Após uma primeira série de nomeações de partidários de uma linha dura sobre a segurança, o Islã ou a imigração, o futuro presidente parece considerar figuras mais consensuais para diplomacia, defesa e economia.

O bilionário realizou na segunda-feira em sua luxuosa Trump Tower, em Manhattan, uma nova rodada de reuniões.

Entre os candidatos, uma autoridade muito respeitada entre os militares americanos, o general aposentado James Mattis, de 66 anos. "Um possível ministro da defesa", tuitou Donald Trump no domingo.

Carismático, é conhecido por sua franqueza e desconfiança vis-à-vis o regime iraniano.

Duas das possibilidades para o posto-chave de secretário de Estado visitaram o bilionário neste fim de semana: o ex-prefeito de Nova York Rudy Giuliani e o ex-candidato presidencial em 2012, o republicano moderado Mitt Romney, que havia chamou o bilionário de "charlatão" e "mentiroso" durante a campanha das primárias.

As nomeações poderiam, contudo, acontecer depois do feriado de Ação de Graças na quinta-feira.

Trump, que deve viajar terça ou quarta-feira de manhã para uma "breve pausa" em outra de suas propriedades, Mar-a-Lago, na Flórida, também considerou no Twitter que Nigel Farage faria "um grande trabalho" se fosse nomeado embaixador de seu país nos Estados Unidos.

Nigel Farage, um jogador-chave na vitória do Brexit, foi o primeiro político britânico a se encontrar com o presidente eleito em Nova York.

A posição expressa por Trump é incomum, uma vez que os embaixadores devem ser nomeados por seus respetivos governos, e Downing Street imediatamente respondeu que não havia "nenhuma vaga".

Por France Presse