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Vitória de Trump deve reforçar a agenda de partidos da direita na Europa

Legendas ultraconservadores esperam aumentar a base de apoio e o protagonismo no cenário político



Segundo Heinisch, as facções ultraconservadoras europeias têm apresentado um crescimento mesmo antes da eleição do norte-americano. ;Na Alemanha, a AfD vem ganhando espaço. A nação terá um pleito nacional em 2017, e a popularidade de Merkel tem despencado. Na França, Marine Le Pen provavelmente se sairá bem na votação para presidente. Polônia e Hungria já são governadas por partidos nacionalistas de extrema direita. Na Áustria, o Partido Liberdade lidera as pesquisas, com 33% de preferência, por mais de dois anos, e está à frente dos dois principais partidos. Em meu país, entre os assuntos prementes, estão a imigração, os refugiados, a economia anêmica e o livre comércio.;

Heinisch prevê que, na França, a FN se aprofundará no espectro dos candidatos. Ele acredita que o ex-presidente Nicolas Sarkozy, candidato pelo partido Os Republicanos, penderá para a direita, a fim de competir com Marine Le Pen. Assim como nos EUA, o analista aposta em uma campanha ;desagradável;. ;A Europa será alvo para a extrema direita, que tem recebido apoio da Rússia. Na Alemanha, a AfD entrará na Bundestag (parlamento) e ganhará status de partido médio, captando eleitores da União Democrata Cristã (CDU) e, ironicamente, da extrema esquerda.;

Rejeição

De acordo com o holandês Cas Mudde, professor da Faculdade de Assuntos Públicos e Internacionais da Universidade da Geórgia (EUA), a vitória de Trump cria a impressão sobre a existência de um zeitgeist (;sinal dos tempos;, em alemão) populista e que a política ;normal; tem sido rejeitada pela ;maioria silenciosa;. ;Os partidos de direita radicais da Europa usarão essa impressão para argumentar que formam o partido moderno real. Também adotarão o triunfo de Trump para questionar as pesquisas em seu país, ao argumentarem que o apoio recebido tem sido subestimado e que são uma alternativa política viável;, comenta. A ruptura com o establishment de Washington teria sido uma das razões para a chegada do magnata à Casa Branca.

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