A presidente da Coreia do Sul, Park Geun-Hye, envolvida em um escândalo político pelo papel de uma de suas confidentes, demitiu nesta quarta-feira o primeiro-ministro, Hwang Kyo-Ahn, informou o porta-voz da presidência Jung Youn-Kuk.
O cargo de primeiro-ministro é mais simbólico na Coreia do Sul, onde o poder está de fato nas mãos do presidente.
Hwang Kyo-Ahn foi demitido "diante da atual situação" e como parte de uma reorganização do gabinete para criar um ambiente "neutro", disse o porta-voz em referência ao escândalo, que tem levado milhares de pessoas a exigir a renúncia da presidente.
O porta-voz Jung Youn-Kuk explicou que além do premier Hwang Kyo-Ahn serão demitidos os ministros das Finanças e da Segurança Pública.
Park Geun-Hye está sob pressão após uma série de revelações que sugerem que Choin Soon-Sil, sua amiga há 40 anos, a aconselhava nos assuntos de Estado sem exercer nenhuma função oficial ou ter habilitação em matéria de segurança.
Choi é investigada por tráfico de influência e corrupção devido a suspeitas de que aproveitou seus contatos na "Casa Azul", sede da presidência, para extorquir os principais conglomerados econômicos do país, como Samsung, que teria destinado importantes somas de dinheiro a fundações criadas pela amiga da presidente.
O novo primeiro-ministro será Kim Byong-Joon, que foi assessor do ex-presidente liberal Roh Moo-Hyun.
Segundo a imprensa sul-coreana, Choi Soon-Sil também teria escrito discursos presidenciais e consultado documentos secretos do governo.
Para tentar conter o escândalo, Park prometeu montar um executivo "neutro" com membros alheios a seu partido, o conservador Saenuri.