Uma hora depois do primeiro sismo, um porta-voz da Proteção Civil informou à AFP que havia "dois feridos em Visso, assim como vários desabamentos e danos". A informação foi corrigida mais tarde.
"Parecia que se tratava de duas pessoas, mas na verdade há um só ferido, indicou em Rieti (centro) Fabrizio Curcio, porta-voz da Proteção Civil, no seu primeiro boletim oficial.
Os socorristas tiveram que assistir várias pessoas por mal-estar e pânico, já que muitos são sobreviventes do devastador terremoto de 24 de agosto, que causou a morte de cerca de 300 pessoas.
"Estão arrasados. Estamos nos concentrando nas pessoas, porque é uma população que está revivendo a mesma coisa que ocorreu há dois meses com o terremoto de agosto", disse.
"Há desabamentos em todas as localidades afetadas, estamos em contato com todos os prefeitos e presidentes da região, que estão trabalhando para ajudar a população", disse Curcio.
"É muito difícil fazer um balanço da situação devido à escuridão, além disso a região está afetada pelo mau tempo. Precisamos esperar a luz do dia", acrescentou.
"Em Castelsantangelo sul Nera falta luz. Enviamos lanternas e pessoal", explicou poucas horas antes Cesare Spuri, da Proteção Civil de Marcas, no centro da Itália.
Ambos os movimentos sísmicos foram sentidos muito claramente em Roma.
O primeiro foi registrado a nove quilômetros de profundidade na zona de Macerata, em Marcas, localizada não muito longe das comunas arrasadas em agosto.
O Serviço Geológico dos Estados Unidos confirmou que detectou o primeiro terremoto de magnitude 5,5 perto de Visso, na província de Macerata.
Desabamentos, chuva, medo
A zona afetada fica em uma região montanhosa, com vários pequenos povoados de difícil acesso, onde é impossível circular pelas estradas devido ao desprendimento de pedras, segundo imagens da televisão.
As localidades mais próximas ao epicentro são Castelsantangelo sul Nera, Visso, Ussita e Preci, detalhou a Proteção Civil em um comunicado.
Segundo a rede de televisão RAI News, a conexão elétrica nas zonas afetadas foi interrompida e várias pessoas saíram às ruas em Pescara, Ancona, Arezzo, onde se espalhou o pânico.
Segundo testemunhas citadas pela televisão, foram registrados novos desabamentos nas "zonas vermelhas" de Castelsantangelo sul Nera, onde não se podia circular desde o sismo de 24 de agosto.
Teme-se que uma antiga igreja medieval de Nórcia tenha sido afetada, enquanto as autoridades locais suspenderam as aulas na quinta-feira em todas as escolas.
Em Roma, as janelas e portas de vários edifícios foram golpeadas pelo terremoto, fazendo com que muitas pessoas abandonassem seus escritórios e domicílios.
O terremoto, que foi sentido também em Florença e Nápoles, segundo os especialistas do INGV, "está conectado com o terremoto de 24 agosto".
"Registramos desabamentos por todos os lados. Uma igreja desmoronou, uma residência e até as muralhas que a protegem", afirmou o prefeito da comuna de Ussita, de 500 habitantes, Marco Rinaldi.
No total, 41 equipes de bombeiros foram enviadas à zona, informou o Ministério do Interior.
Um edifício da zona histórica, assim como a sede da Universidade de Camerino, uma comuna de cerca de 10.000 habitantes, ficaram gravemente danificados após o segundo terremoto.
O primeiro-ministro italiano, Matteo Renzi, que regressou imediatamente à Roma após uma visita à região de Campânia (sul), cancelou sua participação em um programa de televisão e está em contato permanente com os responsáveis da Proteção Civil.