Saná, Iêmen - A coalizão árabe liderada pela Arábia Saudita realizou na noite de quinta-feira bombardeios contra os rebeldes no Iêmen, acusados por ela de violar uma frágil trégua de 72 horas apadrinhada pela ONU, em vigor, informaram testemunhas nesta sexta-feira (21/10). Os bombardeios atingiram posições dos rebeldes xiitas huthis em Jebel al Nabishuaib, a sudoeste da capital, Sanaa, sob controle da rebelião, segundo estas fontes.
As testemunhas afirmaram que os locais atacados abrigavam instalações de defesa aérea controladas pelas fontes fiéis ao ex-presidente iemenita Ali Abdullah Saleh, aliados dos huthis nesta guerra, que devastou o país desde março de 2015.
A coalizão árabe dirigida por Riad em apoio às forças leais ao presidente Abd Rabo Mansur Hadi também bombardeou posições rebeldes em Al Jawf, uma província do norte do país, segundo testemunhas e meios da rebelião.
A trégua, que entrou em vigor na quarta-feira às 20h59 GMT (18h59 de Brasília), apesar de ser precária, devolveu a esperança de uma possível solução para este conflito, que deixou mais de 6.900 mortos, 35 mil feridos e mais de três milhões de deslocados em 18 meses.
Na quinta-feira, o porta-voz da coalizão, Ahmed al Asiri, acusou os huthis de terem violado a trégua com disparos de morteiros contra território saudita.
Na sexta-feira, o general Asiri indicou que a força aérea da coalizão "só realizava" voos de vigilância para responder às violações da trégua dos insurgentes. Segundo ele, foram interceptados dois mísseis lançados na quinta-feira a partir de setores rebeldes à Arábia Saudita.