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Aleppo está há mais de 24 horas sem bombardeios aéreos russos e sírios

A suspensão dos bombardeios precede uma "trégua humanitária" anunciada pela Rússia para quinta-feira com o objetivo de evacuar os civis e os rebeldes que desejarem

Beirute, Líbano - Aleppo está há mais de 24 horas sem bombardeios da aviação síria e russa, mas prosseguem os intensos combates terrestres entre tropas governamentais e rebeldes, indicaram nesta quarta-feira (19/10) uma ONG e os socorristas da cidade do norte da Síria. A Rússia, principal aliada do presidente Bashar al-Assad, havia anunciado na terça-feira a suspensão dos bombardeios contra o leste de Aleppo, a parte da cidade sob controle rebelde.

A suspensão dos bombardeios precede uma "trégua humanitária" anunciada pela Rússia para quinta-feira com o objetivo de evacuar os civis e os rebeldes que desejarem. "Não há ataques aéreos desde a manhã de terça-feira", disse à AFP Rami Abdel Rahman, diretor do Observatório Sírio dos [SAIBAMAIS]Direitos Humanos (OSDH). "Mas seguem ocorrendo combates em vários fronts perto dos bairros rebeldes, em especial na Cidade Velha" com tiros de artilharia do regime e disparos de foguetes pelos rebeldes", disse.

"Não há aviões no céu neste momento", disse à AFP Ibrahim Abu al Leith, porta-voz dos Capacetes Brancos em Aleppo, os socorristas da zona rebelde. "Mas ainda há tiros de artilharia e foguetes", acrescentou. Na terça-feira, aproveitando a pausa dos ataques aéreos, a população de Aleppo saiu às ruas para comprar alimentos, que ficam cada vez mais escassos.



A zona rebelde de Aleppo está completamente sitiada pelas forças governamentais há três meses. A "pausa humanitária" deve começar na quinta-feira às 08h00 locais (03h00 de Brasília) e durar oito horas, de acordo com o anunciado pela Rússia. Os 250 mil habitantes dos bairros do leste da cidade, nas mãos dos rebeldes desde 2012, estão submetidos a intensos bombardeios dos aviões russos e sírios.

O governo lançou uma ofensiva para recuperar o controle de toda a cidade. Durante os bombardeios, vários hospitais foram atingidos pelas bombas russas e sírias, o que levou vários países ocidentais, entre eles a França, a denunciar "crimes de guerra".