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Equador admite que restringiu Internet em embaixada onde está Assange

"No exercício de seu direito soberano, o Equador restringiu temporariamente o acesso à parte de seu sistema de comunicações na embaixada no Reino Unido", informou a chancelaria em Quito

O Equador reconheceu nesta terça-feira (18/10) que restringiu temporariamente o acesso à Internet em sua embaixada em Londres, onde está asilado desde 2012 o fundador do WikiLeaks, o australiano Julian Assange.

"No exercício de seu direito soberano, o Equador restringiu temporariamente o acesso à parte de seu sistema de comunicações na embaixada no Reino Unido", informou a chancelaria em Quito.

"Esta restrição temporária não impediu as atividades jornalísticas do WikiLeaks", acrescenta a nota.

A chancelaria assinalou que durante as últimas semanas WikiLeaks publicou um grande volume de documentos, que tiveram "impacto" na campanha eleitoral nos Estados Unidos, e que "a decisão de divulgar tais informações é de exclusiva responsabilidade da organização Wikileaks".

A nota destaca que o governo equatoriano "respeita o princípio de não ingerência nos assuntos de outros países, e não se intromete em processos eleitorais em curso ou apoia um candidato em especial".

"Neste sentido", decidiu restringir o acesso à Internet na embaixada em Londres.

Há dois dias, o WikiLeaks divulgou informações sobre discursos remunerados que a candidata Hillary Clinton fez para o banco Goldman Sachs, colocando em evidência os vínculos entre o Partido Democrata e um dos principais atores de Wall Street, na reta final da disputa pela Casa Branca.

Assange, 45 anos, está na embaixada equatoriana de Londres desde junho de 2012 para evitar ser extraditado para a Suécia, onde é acusado de estupro.