O homem que atirou em George Zimmerman, o ex-vigia que matou um jovem negro em um caso que mobilizou os Estados Unidos em 2012, foi sentenciado a 20 anos de prisão nesta segunda-feira (17/10) - informou o tribunal onde transcorreu o processo.
Matthew Apperson, de 37, foi condenado "à sentença mínima obrigatória" por usar uma arma de fogo em um crime, confirmou a porta-voz Michelle Kennedy, do Circuito Judicial 18 dos condados de Brevard e Seminole, na Flórida (sudeste dos EUA).
Apperson foi considerado culpado no mês passado por tentativa de assassinato, tiroteio contra um automóvel ocupado e assalto agravado com arma de fogo.
Em 11 de maio do ano passado, Matthew Apperson atirou contra o carro em que Zimmerman viajava. Ele ficou levemente ferido por estilhaços de vidro.
No julgamento, o réu alegou agir em legítima defesa, porque Zimmerman atirou primeiro. O ex-vigia rejeitou a alegação.
Zimmerman, de 33, era um vigia comunitário em um bairro residencial quando atirou e matou, em fevereiro de 2012, o jovem negro desarmado Trayvon Martin, de 17, em Sanford, na Flórida. O caso ganhou atenção internacional.
Filho de mãe peruana e de pai americano, Zimmerman foi absolvido por um júri, com base em uma polêmica lei da Flórida sobre legítima defesa. A decisão da Justiça deflagrou protestos em todo o país, sob acusações de racismo.
A mãe de Apperson, Janet White, disse à imprensa estar "muito esperançosa que Corte de Apelações vai anular, ou, pelo menos, reduzirá essa decisão".
De acordo com o jornal Orlando Sentinel, Janet disse à juíza Debra Nelson que seu filho agiu em legítima defesa e que o verdadeiro vilão da história era Zimmerman.
Desde o julgamento pela morte de Trayvon Martin, Zimmerman teve vários problemas com a Justiça, incluindo denúncias de agressão a namoradas. Em 2014, Apperson e Zimmerman já tinham se enfrentado.