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Após derrota em referendo, presidente colombiano promete novo acordo de paz

Pedindo para o referendo não "desestabilizar o país", Santos ressaltou que convocará hoje as "forças políticas da Colômbia", principalmente as que fizeram campanha pelo "não" no referendo, para escutar suas ressalvas ao acordo



Um dos pontos mais polêmicos do acordo, que foi negociado em Cuba e selado na segunda-feira passada (26/9), é a punição aos membros das Farc, que poderiam ir para a cadeia por até 20 anos. Pelo texto do documento, a guerrilha também deveria entregar todas as armas às Nações Unidas, não se envolver mais em crimes como sequestro, extorsão e recrutamento de crianças, romper ligações com o tráfico de drogas e cessar os ataques contra as forças de segurança e os civis. Com 99% das urnas apuradas, o "não" recebeu 50,22% dos votos, contra 49,78% do "sim", em um sinal de que o país está dividido em relação ao acordo de paz. Cerca de 35 milhões de colombianos estavam habilitados a votar no referendo, mas houve abstenção de 63%.

A Colômbia enfrenta uma guerra com as Farc há 52 anos. O conflito já provocou a morte de 220 mil pessoas. A guerrilha tinha prometido que, caso o acordo fosse assinado, se tornaria um partido político. O governo colombiano não precisava submeter o acordo de paz a um referendo, mas decidiu convocar a consulta popular para dar legitimidade política à decisão.