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Macri: impeachment não foi golpe e Mercosul estaria melhor sem a Venezuela

Macri lembrou ainda que mal assumiu a presidência argentina, viajou ao Brasil para manifestar sua vontade de %u201Ctrabalhar em conjunto%u201D com o seu maior parceiro comercial



Macri lembrou ainda que mal assumiu a presidência argentina, viajou ao Brasil para manifestar sua vontade de ;trabalhar em conjunto; com o seu maior parceiro comercial ; mesmo tendo menos ;afinidades políticas; com a então presidente Dilma Rousseff, que apoiou ;de forma explícita; Daniel Scioli, candidato da ex-presidente Cristina Kirchner e seu principal rival nas eleições argentinas.

O presidente argentino afirmou que não considera o impeachment de Dilma um golpe ; apesar de saber que tanto no Brasil, quanto no exterior, existem interpretações divergentes. Segundo ele, todo os passos constitucionais foram cumpridos, pelos poderes Judicário e Legislativo.

Crise
Temer e Macri vão se encontrar NO momento em que os dois países ; principais sócios do Mercosul ; atravessam uma crise econômica. Nessa quarta-feira, Macri anunciou que ;um em cada três argentinos vive abaixo da linha de pobreza;, de acordo com pesquisa do órgão governamental Indec (Instituto Nacional de Estatísticas e Censo da Argentina) - o equivalente ao IBGE brasileiro.

Durante os dois mandatos da ex-presidente Cristina Kirchner (2007-2015), o Indec sofreu uma intervenção, que reduziu o índice inflacionário. Oficialmente, o custo de vida subia cerca de 10% ao ano, enquanto que as consultoras privadas anunciavam um aumento três vezes maior ; equivalente ao aumento salarial acordado entre o governo e os poderosos sindicatos argentinos.

Ao assumir em dezembro, Macri prometeu reestruturar o Indec, para tornar suas estatísticas mais transparentes. Ao mesmo tempo, se comprometeu a reduzir a pobreza a zero. As primeiras estatísticas de seu governo mostram que 32% dos argentinos vivem na pobreza e 6,3% na indigência. Apesar de ter acabado com controles cambiais e reduzidos impostos, para incentivar o crescimento da economia, o Produto Interno Bruto (PIB) argentino encolheu 5,9% em julho ; em comparação com o mesmo mês do ano anterior. Foi a maior retração em 14 anos.

Mauricio Macri reconheceu que as estatísticas mostram uma realidade ;dolorosa;, difícil de aceitar. Mas disse que, pelo menos agora, é possível ter uma verdadeira dimensão do problema que o país enfrenta ; o que facilitaria encontrar soluções. A economia argentina depende em grande parte do desempenho do Brasil, seu principal sócio comercial. Em 2011, no auge do crescimento econômico dos dois países, o intercâmbio bilateral foi de US$ 39 bilhões. Hoje, gira em torno de US$ 26 bilhões ; mas os dois países mantêm o compromisso de superar juntos a crise.

Preferência
Apesar de manter cautela em relação às divisões políticas no Brasil e de manifestar seu respeito em relação às escolhas do eleitorado brasileiro, Macri afirmou, na entrevista aos jornais brasileiros, que ; se fosse perguntado ; diria que o político que mais admira é o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Os dois se reuniram há pouco, em Buenos Aires.