O sistema de controle dos compradores de armas pessoais nos Estados Unidos tem "fragilidades", sobretudo, no que se refere à atualização da base de dados para verificação de antecedentes - apontou um relatório do Serviço de Inspeções do Departamento americano de Justiça, nesta quarta-feira (28/9).
Segundo uma lei de 1993, um vendedor de armas aprovado pelas autoridades federais deve pedir ao potencial cliente que preencha um formulário e depois envie esses dados por telefone, ou pela Internet, para um organismo nacional especializado.
Esse escritório independente do FBI (a Polícia Federal americana) verifica os antecedentes criminais e psiquiátricos do comprador antes de autorizar a transação. Esses controles são normalmente realizados em poucos minutos, mas podem durar até três dias, caso seja necessário.
O relatório do Departamento de Justiça destaca que "qualquer erro no processo pode ter consequências trágicas, como mostra a chacina na igreja de Charleston em 2015".
Dylan Roof, um supremacista branco que matou a tiros nove fiéis de uma igreja nessa cidade da Carolina do Sul, não deveria, tal como demonstrado em investigação posterior, ter sido autorizado a comprar uma arma. Ele já havia sido preso por posse de drogas.
Na falta de antecedentes criminais, o FBI deixou passar os três dias de prazo máximo que tem para proibir a venda de uma arma a um comprador.
Se o FBI impede alguém de adquirir uma arma, o cliente tem a possibilidade de apelar, e o caso é automaticamente transferido para o Gabinete de Álcool, Tabaco, Armas de Fogo e Explosivos, um poderoso organismo federal, conhecido como ATF.
De acordo com o relatório, porém, o FBI e o ATF divergem sobre a definição de foragido da Justiça. Isso resultou em 2.183 vendas realizadas entre novembro de 1999 e maio de 2015, as quais o FBI acredita que deveriam ter sido bloqueadas.
A cada dia, cerca de 90 pessoas morrem nos Estados Unidos por disparos de armas de fogo.